Quando o coronavírus SARS-CoV-2 começou a se espalhar, pesquisadores e profissionais da saúde pouco ou quase nada sabiam sobre o agente infeccioso. Nos primeiro meses da pandemia da COVID-19, inúmeros tratamentos e procedimentos foram testados, como cápsulas de oxigênio, para tratar pacientes internados em decorrência da infecção. No entanto, muitas dessas práticas forma descontinuadas e outras aperfeiçoadas.
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Nos últimos dias, circulou nas redes sociais um vídeo antigo, feito em maio de 2020 pela rede hospitalar amazonense Samel, descontextualizado e compartilhado como uma prática atual no tratamento de pacientes internados em decorrência da COVID-19. No vídeo feito em um hospital em Recife, pessoas defendem o uso da “cápsula Vanessa” como uma medida eficaz contra o coronavírus, já que evita o uso do respirador e pode ser responsável pela melhora do quadro do paciente instantemente.
Vale explicar que ventilação não invasiva (VNI) é um método adotado, através de outros procedimentos, no tratamento da COVID-19, mas é limitado para casos leves e moderados, ou seja, quando o pulmão do paciente ainda consegue extrair oxigênio do ar e injetá-lo na corrente sanguínea. Dependendo do grau da doença, é preciso levar a fonte de oxigênio para mais próximo das estruturas responsáveis pelas trocas gasosas, por isso, ocorre a intubação do doente (ventilação invasiva).
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Afinal, o que seria essa cápsula de oxigênio?
Voltando para o primeiro semestre de 2020, o Brasil não possuía número suficiente de ventiladores mecânicos e ainda não existiam protocolos muito definidos para o atendimento de casos graves da COVID-19. Neste contexto, muitas técnicas foram adotadas, inclusive em caráter experimental.
Na época, uma estrutura de canos de PVC e revestida por um plástico transparente foi apelidada de “Cápsula Vanessa”. Desenvolvida pelo Instituto Transire em parceria com a Samel, a cabine também é dotada de um sistema de exaustão e de filtros que renovam o ar. Esse equipamento geraria uma pressão negativa dentro da cabine e, assim, poderia melhorar a saúde de pacientes da COVID-19.
Hoje, os potenciais benefícios clínicos do produto ainda são incertos e, segundo apurou o Estadão, a empresa responsável explica que os resultados do método ainda são preliminares e que estudos ainda estão em andamento. Nesse sentido, não foram publicados pesquisas sobre a sua eficácia e segurança contra a COVID-19. Para a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), não existem estudos científicos que comprovem a proteção efetiva oferecida pelo equipamento e nem sobre os supostos benefícios clínicos do produto
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a cápsula não é considerada um produto de saúde e, por isso, não é regulado pela agência. “O que é indicado para o tratamento/terapia médica e proporciona a melhoria do quadro clínico do paciente é a ventilação não invasiva (VNI), proporcionada por um ventilador mecânico (CPAP, BIPAP, dentre outros), que provêm fluxo contínuo de ar/oxigênio ao paciente de forma não invasiva. Tais produtos, por sua vez, devem ser regularizados na Anvisa para fins de uso em pacientes”, destaca, em nota.
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Fonte: Canaltech