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Quais profissionais de TI têm mais chances de conseguir um emprego?

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Quais profissionais de TI têm mais chances de conseguir um emprego? - 1

Não é exatamente uma novidade que a oferta de empregos é abundante na área de Tecnologia. Hoje, a demanda das empresas é muito maior do que o número de profissionais que podem preenchê-la, logo, bons especialistas são disputados a tapa pelas organizações.

Mas mesmo com fartura de vagas como é o caso do setor de TI, há profissionais da área que conseguem empregos na área mais rápidos que outros. Mas isso, claro, não apenas pelo seu nível de senioridade, mas também pela demanda das empresas por determinadas expertise.

Mas quais são as especializações que permitem a certos candidatos conseguirem emprego de forma mais acelerada que outros? É que uma pesquisa da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) buscou responder.


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E o profissional de TI mais cobiçado é o…

O levantamento da ACATE apontou que as funções mais demandas pelas empresas são desenvolvedor Full Stack (22,63%), Back-End (18,43%) e Front-End (12,48%).  Elas são seguidas por analista de serviços/suporte TI (7,42%) e analista de negócio (5,89%). Além disso, os salários partem de R$ 3 mil e costumam ser três vezes superiores à remuneração média obtida na indústria. E, segundo a pesquisa, companhias de base tecnológica, apenas em Santa Catarina, vão abrir 16,6 mil novas vagas até 2023 — mais da metade para desenvolvedores de software.

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Desenvolvedores são os profissionais de TI mais demandados pelo mercado atualmente (Imagem: ACATE)

Outro ponto levantado pela pesquisa da ACATE são as competências mais demandadas pelas empresas que buscam profissionais de TI. O conhecimento de metodologias ágeis ficou em primeiro lugar, citado por 27,84% das organizações; em segundo vem a experiência anterior em outras companhias do setor (25.28%), seguido por habilidades em execução de projetos (24,04%), domínio de linguagens de programação (21,60%) e habilidade em programação (21,06%).

Chama atenção ainda que o Inglês, antes uma das skills mais exigidas pelas empresas, ficou apenas na sétima colocação entre as competências mais demandadas, citada por 20,27% das organizações. Apesar de a condição fazer sentido para a área, já que a linguagem na hora de programar é dominada por ela, recrutadores podem perder bons profissionais do mercado por conta da exigência em fluência no idioma.

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Inglês já não é tão exigido pelas empresas, mas o candidato deve dominar o idioma, pelo menos, em nível técnico (Imagem: ACATE)

Silvia Petreca, tech recruiter da startup LogComex — de dados e tecnologia para o comércio exterior — diz que o inglês é essencial no setor de tecnologia, mas é preciso se atentar para a real necessidade da habilidade ao abrir uma vaga. “Pedimos que o candidato entenda inglês no nível técnico, que é a capacidade em compreender as demandas e reportar para seu superior”, explica a recrutadora.

O desafio de achar desenvolvedores

A dificuldade para contratar desenvolvedores é gerada por uma série de fatores. Um relatório da Digital Ocean, companhia dos EU especializada em infraestrutura na nuvem, apontou que a falta de educação formal em engenharia de software encabeça, de longe, a lista de desafios de contratação de devs para ocupar, principalmente posições gerenciais. Algumas empresas, inclusive, estão contratando desenvolvedores a partir da graduação em bootcamps para preencher as vagas mais sêniores.

Outro problema que torna os bons desenvolvedores cada vez mais cobiçados é a falta de habilidades técnicas de vários candidatos. Isso porque muitos não conseguem acompanhar a evolução das linguagens de programação, o que os torna defasados para assumirem novos projetos.

“Por isso, cresce o movimento de Edtechs que oferecem cursos intensivos para preparar o profissional para as principais tecnologias que o mercado está precisando”, afirma Tomás Ferrari, CEO e fundador da GeekHunter, plataforma de recrutamento especializada na contratação de profissionais de tecnologia. “Mas, o mais importante é que o profissional precisa ter habilidades interpessoais, saber resolver problemas e ter altíssima adaptabilidade, principalmente porque ele vai precisar se adaptar às mudanças de tecnologias, que ocorrem o tempo todo. Neste contexto, o rápido aprendizado passa a ser essencial”, finaliza.

Há ainda um terceiro fator que torna a busca por esses profissionais algo complicado: os testes técnicos longos. Em entrevista recente ao Canaltech, Fellipe Couto, CEO e fundador da Vulpi — plataforma que conecta candidatos do setor de TI e companhias — quando um desenvolvedor se candidata a uma vaga, ele espera que a empresa que se interessou pelo seu currículo investigue um pouco a vida profissional dele. E profissionais desse setor tendem a deixar seu portfólio espalhado internet afora, em plataformas como LinkedIn, GitHub, Stack Overflow, entre outros. Todos listando os projetos em que eles trabalharam.

“Então, na cabeça do profissional de TI, não faz sentido que uma empresa peça um teste técnico para avaliar aquele momento dele, sendo que na internet há todo o seu histórico. E eles ficam com receio, principalmente, dos testes técnicos longos.

E considerando que cada profissional de TI têm, em média, de 8 a 9 oportunidades de mudar de emprego, eles pensam: ‘Se eu tenho nove oportunidades de mudar de emprego, ofertas de todos os lados, por que eu vou perder meu tempo em um teste técnico longo desgastante? Se não for a empresa dos meus sonhos, eu vou para a próxima oportunidade’. Inclusive, em uma pesquisa interna feita com clientes da Vulpi, descobrimos que 75% dos profissionais de TI abandonam o processo seletivo quando há algum teste técnico no processo”.

Por fim, há a questão do salário. Segundo Bárbara Daniel Vieira, coordenadora de DHO da Supero Tecnologia, a consolidação do trabalho remoto acirrou a disputa por desenvolvedores: “As empresas brasileiras passaram a concorrer com organizações estrangeiras, que pagam em dólar ou euro, duas moedas valorizadíssimas, em relação ao real”. Ainda segundo a executiva, os mais experientes, de nível pleno e sênior, sequer têm procurado por oportunidades, pois propostas de trabalho chegam até eles espontaneamente.

E o que fazer para encontrar — e reter — bons desenvolvedores?

Vieira afirma que as empresas podem procurar algumas alternativas para reter seus talentos. Uma delas é aprimorar as ofertas de vagas, dando a possibilidade de jornada de projeto flexível, convênios e descontos comerciais. “Além disso, as empresas precisam construir uma boa reputação no mercado, respeitando e apostando na diversidade, com alinhamento de discurso e prática. Esses são diferenciais bem vistos por profissionais”, explica.  “Assim como oferecer apoio para que o colaborador faça cursos longos ou bootcamps em áreas como data science e cibersegurança, que podem aumentar as chances de contratação”.

Pelo mesmo caminho vai a VTEX, uma das maiores plataformas de comércio digital para grandes empresas e varejistas do Brasil. Segundo Giovanna Cardoso, Lead Tech Recruiter da companhia, a empresa construiu um plano de carreira que permite a exploração e a construção de forma fluida e não-linear, em que o desenvolvimento do profissional se dá através do aumento do seu impacto.

“Também acreditamos que gerentes e contribuidores individuais são igualmente importantes; dessa forma, uma pessoa não precisa se tornar gerente para ser reconhecida e crescer na carreira, ela pode seguir se especializando tecnicamente e aumentar seu impacto por isso”, declarou a executiva ao Canaltech. “Temos ciclos de avaliação de performance a cada 6 meses, em que todo o time de Engenharia é avaliado e considerado para possíveis aumentos de salário, promoções, e também para receber incentivos de longo prazo, como receber ações da empresa”.

Com informações do Tech Republic

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Fonte: Canaltech