Apostando no futuro, a startup BrainBridge tem a missão de tornar viável o transplante de cabeça, explorando ao máximo as possibilidades da robótica e da Inteligência Artificial (IA). A ideia é que o procedimento ainda inédito permita colocar uma cabeça “viva” em um novo corpo, mais saudável e funcional.
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Por enquanto, os planos desse tipo de transplante de órgão ainda estão no campo da ficção científica, já que os estudos pré-clínicos, feitos com animais, não são desenvolvidos. Também é difícil afirmar quantos anos serão necessários para desenvolver uma técnica segura e eficaz para os transplantes de cabeça — a estimativa deles é que isso ocorra em menos de 10 anos.
Inclusive, este tipo de transplante é um passo além da história apresentada no filme Pobres Criaturas, onde “apenas” o cérebro é transplantado de um corpo para o outro. Em tese, seria uma cirurgia menos complexa.
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Máquina de transplante de cabeça
Para apresentar os seus planos no campo dos transplantes, a BrainBridge detalhou em um vídeo-conceito como será possível realizar um transplante de cabeça. O líder do projeto é o cientista e biólogo molecular Hashem Al-Ghaili, nascido no Iêmen.
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O transplante começa com dois corpos deitados em macas separadas:
- Paciente com alguma doença avançada, que o corpo esteja falhando por alguma causa específica (como acidentes de carro, paralisia ou câncer), mas o cérebro permanece 100% funcional;
- Corpo de indivíduo, preferencialmente jovem, que sofreu morte cerebral, mas que esteja com os outros sistemas funcionando.
Assim, cada um dos corpos será operado por um cirurgião-robô com seis braços. Todo esse mecanismo, turbinado com IA, fará a troca das cabeças. Enquanto a cabeça “saudável” estiver desconectada, a ideia é que seja mantida funcional, com tecnologias que ainda serão inventadas.
Se tudo funcionar como o esperado, o paciente terá um novo corpo, mas manterá toda a consciência, a memória, a mente e as habilidades. É algo próximo de entrar em um exoesqueleto, mas composto de carne — sem peças de metal ou aço.
A seguir, veja o futuro imaginado pela startup, em inglês:
Limitações da cirurgia
Em intervalos regulares, anúncios desse tipo são feitos por cientistas ambiciosos e que sonham com o que é praticamente impossível. Entretanto, a comunidade científica é bastante cética com essas alegações.
“A ideia de que você pode simplesmente pegar a cabeça de alguém e jogá-la no corpo de outra pessoa e, com isso, [ela] será a mesma pessoa é uma teoria”, afirmou Paul Root Wolpe, professor de bioética na Universidade Emory, antes dos planos da startup serem divulgados. Ainda não há nenhum estudo provando, de fato, que a pessoa agirá da mesma forma que antes.
“No Ocidente, somos ‘cerebrocêntricos’ — acreditamos que o cérebro constitui a grande maioria de quem somos como seres humanos. Provavelmente é verdade, mas realmente não sabemos”, comenta Wolpe.
Quando o transplante de cabeça for viável, é possível que a cabeça “viva” não seja tão igual a como era ela no outro corpo. Eventualmente, novas memórias ou mesmo desejos poderão surgir de forma inexplicável para a ciência de hoje.
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Fonte: Canaltech