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Dia da Desenvolvedora | Dificuldades do mercado e dicas para quem está começando

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Dia da Desenvolvedora | Dificuldades do mercado e dicas para quem está começando - 1

Nesta terça-feira (13) foi comemorado o Dia do Programador e Programadora (ou Desenvolvedor e Desenvolvedora). Apesar da grande procura por profissionais capacitados, o público feminino ocupa somente 20% das vagas no mercado tecnológico. Para aumentar a equidade de gênero nesta área e aumentar a acessibilidade a conteúdos de qualidade, diversas iniciativas disponibilizam cursos gratuitos para mulheres, principalmente negras e trans.

Um estudo realizado pela Cloud Girls, comunidade que prepara as profissionais para o mercado de trabalho, demonstra que grande parte das mulheres chega frustrada após diversas tentativas de se inserir no meio tecnológico por falta de orientações.

Segundo Mariel Reyes, uma das fundadoras da iniciativa Reprograma que oferece cursos gratuitos focados em programação para mulheres, um dos pontos que desmotivam o público feminino a seguir carreiras na área tecnológica são: a predominância masculina, fazendo com que por vezes sejam a única mulher do time, e a desigualdade salarial – onde a figura feminina é vista como menos valiosa pela empresa ou porque a profissional não se sente segura para negociar.


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Para entender melhor a jornada de mulheres no setor de programação, o Canaltech conversou com a Juliana Amoasei, dev e instrutora de JavaScript na Alura, sobre as dificuldades enfrentadas e dicas para quem está começando.

A jornada da mulher desenvolvedora

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Apesar da alta demanda, o público feminino ocupa apenas um terço da força de trabalho em TI (Imagem: Pexels/Christina Morillo)

Principais desafios

Assim como muitas pessoas que decidem mudar de área após certa independência, a insegurança financeira foi um dos principais desafios para Juliana: “[mudar de área] foi uma decisão pesada e bem angustiante de tomar, em um momento da vida em que a maioria das pessoas já está com a carreira encaminhada”.

Para a dev, ter iniciado a jornada com 35 anos de idade foi uma luta constante contra o pensamento de ter perdido um tempo importante ao começar “tão tarde” e o peso de sentir que a programação não era para ela – sentimento este que já havia a impedido de iniciar na carreira de programadora no início da vida adulta.

Essas inseguranças, unidas ao machismo estrutural, permearam todo o processo. Segundo Juliana, foi preciso lutar contra sentimentos, como “ser velha demais”, não ter “cabeça de programador” — uma característica que, se não intrinsecamente masculina, desenvolvida desde cedo nos homens e que seria tarde demais para tentar desenvolver — ou medo de falhar e de pedir ajuda, pois seria considerada “burra”.

Para enfrentar essas dificuldades, foi essencial construir uma boa rede de apoio, cuidar da saúde mental e conhecer mais sobre como o machismo opera em todas as camadas da sociedade, se informando sobre o feminismo através de autoras do gênero.

Conselhos para quem quer começar

Confira as dicas principais que a instrutora separou para quem está começando na área de programação, a seguir;

  1. Encontre o método de estudo ou aprendizado ideal para você: com a diversidade de formatos de conteúdo disponível hoje, é importante entender como o seu processo pessoal funciona e quais modelos apresentam os melhores resultados.
  2. Foque em um tema: a área de programação é vasta e por vezes surge o impulso de tentar aprender tudo ao mesmo tempo. Se este é o seu caso, volte alguns passos, procure sobre as diferentes áreas e foque em apenas uma. Existem roadmaps de carreiras em programação que podem ajudar a encontrar um norte.
  3. Tenha paciência com o processo: a frustração faz parte do processo e é preciso aprender a lidar com ela para o resto da vida. Com estudo, prática e tempo, aos poucos as coisas começam a se conectar na sua cabeça e fazer mais sentido.
  4. Tenha curiosidade: para Juliana, a curiosidade é essencial para o aprendizado. É importante não só “sair fazendo”, mas entender os processos e os “porquês”.

A importância de programas para aumentar a inclusão no mercado tecnológico

Juliana começou a programar em um programa de inclusão para mulheres em programação e os considera fundamentais para o momento atual: “sabemos que muitas empresas ainda são um pouco reticentes quando se fala na importância da diversidade, mas felizmente vemos que este cenário está mudando lentamente para melhor.”

Segundo a dev, a lacuna de gênero em tecnologia é apenas um dos sintomas de um problema maior e estrutural. Essas iniciativas são essenciais para enfrentar o problema, visto que a tecnologia hoje é essencial em diversas partes da nossa vida, seja social, econômica ou política. “Nada disso hoje em dia existe sem tecnologia e por isso é tão importante que os grupos minorizados ocupem estes espaços”, afirma.

Ela ainda finaliza dizendo que sua principal preocupação, neste momento, é que as iniciativas tenham sempre foco na responsabilidade com as pessoas que atingem, seus processos de aprendizagem e suas expectativas.

Programadoras para seguir nas redes sociais

Em parceria com a Alura, o Motim separou cinco influenciadoras digitais e programadoras para inspirar quem está começando no mercado e acompanhar seus processos pelo Instagram, são elas;

  • Noirane Sá – @meuHD;
  • Gi Bordignon – @spacecoding;
  • Rafa Ballerini – @rafaballerini;
  • Simara Conceição – @simara_conceicao.

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Fonte: Canaltech