Nos últimos dias, uma série de países proibiu voos do Reino Unido após a descoberta de uma nova cepa do vírus da COVID-19. Buscando barrar o contágio dessa nova variação do coronavírus SARS-CoV-2, a Itália, a Alemanha, o Canadá e Israel já adotaram uma estratégia para o fechamento das fronteiras. Mesmo que tenha maior probabilidade de transmissão, pesquisadores apontam que as vacinas atuais ainda devem funcionar contra essa mutação.
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Mesmo com a esperada eficácia de vacinas contra a nova variante do vírus da COVID-19, o governo britânico também adotou medidas mais severas contra o contágio, principalmente nas regiões com mais casos da mutação detectados, o sudeste e o leste da Inglaterra. “Não podemos continuar com o Natal como planejado”, afirmou o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, em pronunciamento na TV no último sábado (19). “Pode ser até 70% mais transmissível do que a variante antiga”, completou. No entanto, ainda não há nenhuma evidência de que as infecções sejam mais graves, apenas mais transmissíveis.
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Por que vacinas devem funcionar contra a mutação?
“Há uma forte convicção de que a vacina, tal como existe hoje […] terá eficácia em evitar a infecção desta nova cepa na Inglaterra, além da cepa antiga, contra a qual estamos lutando há meses”, defendeu o médico e professor assistente da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, Vin Gupta. Para o pesquisador, em termos genéticos, a nova cepa do coronavírus deve ser “muito semelhante” às cepas anteriores.
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Outra importante questão é que as vacinas já aprovadas (Pfizer e Moderna) provocam uma “resposta realmente forte no corpo em termos de produção de anticorpos”, afirmou o especialista para a rede de TV CNBC. Isso porque os dois imunizantes apresentaram uma taxa de eficácia de mais de 90% nos estudos clínicos de fase 3 apresentados.
“A eficácia dessas vacinas na produção de anticorpos que podem realmente atacar e matar a COVID-19 é extraordinária”, ressaltou. “Não espero que essas pequenas mudanças em nível genético […] afetem o desempenho das vacinas no curto prazo”, completou o professor. Isso porque, no futuro, Gupta aposta que a vacina contra o coronavírus precisará ser atualizada, como é anualmente a da gripe comum.
Mutações da COVID-19
O professor de imunologia do Imperial College London, Danny Altmann, lembrou que mutações em vírus são comuns e fazem parte do processo desde o início da pandemia da COVID-19. No entanto, a nova variante acumula pelo menos 17 mutações — supostamente responsáveis pela sua maior transmissibilidade — desde o primeiro coronavírus SARS-CoV-2 descoberto no final do ano passado.
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“Estou preocupado porque, desde o início, vimos mutações ocorrerem em todo o mundo, muitos milhares delas, mas esta [variante] tem mais mutações do que qualquer variante que vimos antes”, destacou Altmann. No entanto, o professor defendeu que, devido à variedade de anticorpos neutralizantes induzidos pelos imunizantes disponíveis, é improvável que a nova cepa seja resistente à imunização.
“Não há razão para acreditar que as vacinas que foram desenvolvidas não serão eficazes contra [a nova cepa do Reino Unido], também”, comentou, ainda, o novo cirurgião-geral dos EUA, Dr. Vivek Murthy. “A questão é: se você está em casa e está ouvindo essas notícias, isso não muda o que fazemos, como indivíduos, para reduzir a propagação desse vírus”, destacou Murthy. Nesse sentindo, o médico lembrou da importância de usar máscaras, manter o distanciamento e realizar a constante higiene das mãos.
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Fonte: Canaltech