Astrônomos encontraram um asteroide cuja órbita é mais próxima do Sol do que a do planeta Vênus, o segundo do Sistema Solar. Essa descoberta é importante porque representa a confirmação das previsões de modelos que tentam simular as populações de asteroides que giram em torno da nossa estrela.
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No entanto, a descoberta trouxe também uma surpresa. É que o asteroide encontrado tem cerca de 2 km de diâmetro, enquanto as previsões dos modelos apontavam que, nessa faixa orbital, haveria rochas de apenas 1 km. Isso significa que agora esses modelos podem ser atualizados para representar a população de pedras espaciais com maior fidelidade.
O artigo que nos traz este resultado está hospedado no arxiv.org, um repositório para artigos científicos que ainda estão aguardando revisão dos pares. Então, pode ser que ele passe por olhares críticos de outros cientistas antes de ser aprovado em um periódico científico. O asteroide recebeu o nome de 2020 AV2 e seu afélio (ponto orbital em que mais se afasta do Sol) é de apenas 0,65 unidades astronômicas (uma unidade astronômica é equivalente à distância média entre a Terra e o Sol, que é de quase 150 milhões de km).
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Dados do telescópio Keck mostram que o asteroide provavelmente veio da região interna do cinturão principal, que fica entre Marte e Júpiter. É que o 2020 AV2 parece ter uma composição semelhante a um asteroide de silicato do tipo S, que é bem mais comum nessa região dentro da órbita de Júpiter. Por algum motivo, ele teria migrado para dentro da órbita de Vênus, juntando-se aos demais asteroides dali, conhecidos como Vatiras.
Mas também existe a possibilidade de que o 2020 AV2 não tenha se originado no cinturão principal, mas sim de uma região dentro da órbita de Mercúrio. Os modelos também preveem essa população ainda mais próxima do Sol “onde grandes asteroides poderiam ter se formado e sobrevivido em escalas de tempo da idade do Sistema Solar”, explicam os autores do estudo.
É difícil saber ao certo onde o 2020 AV2 nasceu, e se há outros como ele. Pode ser que ele seja o primeiro a ser encontrado dentre uma população inteira de rochas semelhantes, ou talvez seja um objeto único. Outra incerteza é sobre seu futuro: pode ser que ele não fique ali até o fim de seus dias, já que simulações mostraram que algum dia ele pode ser totalmente ejetado do Sistema Solar. Para George Helou, diretor executivo do centro de astronomia do IPAC no Caltech, o 2020 AV2 talvez acabe caindo em Vênus ou em Mercúrio.
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Fonte: Canaltech