Uma equipe de pesquisadores conseguiu imagens de altíssima resolução do Sol — as melhores já obtidas até hoje por um telescópio europeu. A façanha foi realizada com o GREGOR, um telescópio solar localizado no Observatório Teide, nas Ilhas Canárias. Ele é equipado com um espelho primário de 1,5 m e recebeu uma importante melhoria técnica neste ano.
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Este telescópio revela detalhes incríveis do Sol, com a possibilidade de visualizar um campo de 50 km da superfície de plasma da nossa estrela. Ou seja, ele pode mostrar detalhes bem pequenos com imagens de altíssima resolução. Ele viu a luz do cosmos pela primeira vez em 2009, mas foi completamente redesenhado pela equipe liderada pela Dra. Lucia Kleint.
De acordo com ela, “foi um projeto muito empolgante, mas também extremamente desafiador”. É que, apenas em um ano, a equipe recriou toda a parte ótica (que inclui espelhos, lentes, cubos de vidro, filtros e outros elementos), a mecânica e a eletrônica do telescópio. O objetivo era “obter a melhor qualidade de imagem possível”. O projeto já havia sido concluído em março deste ano, mas as tempestades de neve impediram as observações solares na época.
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Quando a Espanha reabriu as fronteiras em julho, após a quarentena imposta devido à pandemia de COVID0-19, a equipe voou volta até as Ilhas Canárias e começou a fazer as observações do Sol. O resultado são imagens impressionantes da evolução das manchas solares e estruturas intrincadas no plasma solar.
Esse resultado traz, em primeiro lugar, a certeza de que o projeto de aprimoramento do telescópio — que costuma ser algo arriscado e bem demorado — foi um grande sucesso, mesmo tendo sido concluído em tão pouco tempo. De acordo com a Dra. Svetlana Berdyugina, professora da Universidade Albert-Ludwig de Freiburg e Diretora do Instituto Leibniz de Física Solar (KIS), o mérito é da equipe, que fez, acima de tudo, um “excelente trabalho em equipe” após um “planejamento meticuloso”.
A reforma no telescópio foi realizada porque a equipe do GREGOR encontrou vários problemas no sistema ótico e criou alguns modelos para resolvê-los. Entre outras substituições, eles trocaram dois elementos por espelhos conhecidos como parabólicos fora do eixo. Esses e outros detalhes podem ser encontrados em uma descrição técnica do projeto de aprimoramento, que foi publicada na revista Astronomy & Astrophysics.
Agora, o GREGOR é um instrumento poderoso o suficiente para ajudar os cientistas a desvendar alguns mistérios do Sol, principalmente no que diz respeito às interações dos ventos solares com o campo magnético da Terra. É que esse tipo de fenômeno, bastante imprevisível, pode afetar e até mesmo inutilizar os satélites de comunicação, e colocar a vida de astronautas em risco. “A nova ótica do telescópio permitirá aos cientistas estudar campos magnéticos, convecção, turbulência, erupções solares e manchas solares em grande detalhe”, disse Berdyugina.
Com isso, os cientistas poderão dar mais alguns passos na compreensão desses fenômenos e, quem sabe, aprender a prever quando as tempestades solares mais intensas acontecerão. Isso daria às autoridades tempo suficiente para tomar decisões que podem salvar equipamentos de comunicação na órbita da Terra, antes que as tempestades solares nos atinjam.
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Fonte: Canaltech