Em 2006, uma equipe de astrônomos identificou ruídos cósmicos emitidos em ondas de rádio com o uso do instrumento ARCADE (sigla para Radiômetro Absoluto para Cosmologia, Astrofísica e Emissões Difusas, em tradução livre). Essas ondas ressoavam seis vezes mais alto do que se esperava – tanto que ficaram conhecidas como “rugidos espaciais”. Ainda não se sabe a origem destes ruídos, mas novos projetos de mapeamento do céu podem trazer informações importantes sobre ela.
- Aqui estão alguns fatos intrigantes e curiosidades sobre o universo
- Sounds of Space: o projeto que transforma sons reais do espaço em obras de arte
- Fim do mundo? Barulho no céu tem explicação científica e relação com pandemia
Durante as análises do céu noturno feitas acima da atmosfera da Terra em busca de sinais de rádio, o ARCADE identificou um sinal que se destacou. Desde então, os cientistas vêm buscando a fonte da radiação enquanto tentam entender as propriedades deste sinal, que recebeu o nome de “rádio síncrotron de fundo”: essa emissão parte de várias fontes individuais e se mistura, de modo que acaba se tornando um brilho difuso.
Entretanto, o “rugido do universo” é causado pela radiação síncrotron, uma radiação de alto fluxo e brilho cuja origem dificilmente é identificada. Al Kogut, líder do time ARCADE, explica que este sinal é difuso e vem de várias direções, o que indica que ele não é causado por um só objeto. “O sinal também tem uma frequência de espectro, ou uma ‘cor’, que é semelhante à radioemissão da nossa galáxia”, diz Kogut. Além disso, ele ressalta que o rugido espacial é parecido com este sinal, e pode vir de uma fonte que a ciência desconhece.
–
Canaltech no Youtube: notícias, análise de produtos, dicas, cobertura de eventos e muito mais! Assine nosso canal no YouTube, todo dia tem vídeo novo para você!
–
Origens ainda incertas
Afinal, essa fonte estaria dentro ou fora da Via Láctea? Os cientistas ainda não sabem, e as evidências também não são conclusivas: eles têm bons motivos para acharem que o sinal pode vir do interior da Via Láctea, mas há outros igualmente bons sobre o porquê de não virem de fora dela. Como o “rugido” não parece acompanhar a distribuição da rádio emissão da Via Láctea, é possível que não venha dela. “Eu não diria que os cientistas descartaram completamente a possibilidade do síncrotron de rádio vir da nossa galáxia”, contrapõe Jack Singal, professor assistente de física na Universidade de Richmond. Mesmo assim, ele acredita que essa é uma explicação menos provável para o fenômeno, enquanto outras fontes alternativas seguem incertas.
No fim, pode ser que todas essas especulações tenham ocorrido devido a uma sequência de erros no ARCADE e em outras medidas, que identificaram erroneamente os níveis do síncrotron de rádio de fundo. “Isso é improvável, considerando que esses são instrumentos bem diferentes medindo em diferentes bandas de frequência”, ressalta ele.
Mesmo assim, alguns novos projetos podem dar uma direção para a solução deste mistério: um deles irá utilizar um radiotelescópio de 91 metros para mapear as ondas de rádio no céu com ainda mais precisão, explica Kogut. Trata-se do projeto do Observatório de Green Bank, que irá utilizar o maior radiotelescópio orientável do mundo. “Além disso, acho que vamos precisar de algumas hipóteses brilhantes completamente novas sobre as origens [do fenômeno], que tenha pensado ainda”, finaliza Singal.
Trending no Canaltech:
- Homem que recebeu vacina de Oxford contra COVID-19 fala sobre sua experiência
- Quais são os melhores celulares da Xiaomi para comprar no Brasil? Veja a lista
- Quem teve resfriado comum pode ter imunidade à COVID-19, diz estudo
- Preço do Disney+ no Brasil é revelado no app para Android
- COVID-19 | Voluntários da vacina da Novavax produzem alto nível de anticorpos
Fonte: Canaltech