Pela primeira vez, pesquisadores observaram grandes ondas de areia migrando em Marte. Trata-se de algo histórico, já que, até então, a crença geral era de que as enormes ondas de areia do Planeta Vermelho não se moviam. Agora, isso indica também que ventos bem mais fortes do que o esperado sopram por lá.
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Já faz alguns anos desde que os cientistas consideram que as grandes ondas de areia em Marte não sofriam mudanças relevantes, e consideravam até que elas eram, na verdade, vestígios do passado mais ativo do planeta. Agora, com as imagens obtidas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter, da NASA, o cientista planetário Simone Silvestro e seus colegas descobriram que, sim, elas se movem, só que bem devagar.
Os pesquisadores estudaram duas regiões próximas ao equador de Marte, e analisaram mais de mil ondas gigantes na cratera McLaughlin e 300 na região da fossa Nili. Ali, eles buscaram sinais de movimento utilizando imagens em time-lapse de cada local. Assim, descobriram que as tais ondas de areia avançam aproximadamente 10 centímetros por ano nas duas regiões.
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Jim Zimbelman, geólogo planetário, ficou surpreso com a descoberta deste movimento. Para ele, há algumas décadas não havia evidências que indicassem que a areia em Marte se movia. “Nenhum de nós pensou que os ventos fossem fortes o suficiente”, explica ele. Com isso, a descoberta dessas grandes ondas migratórias sugere a necessidade de revisar modelos atmosféricos anteriores, que raramente indicavam a ocorrência de ventos capazes de mover areia em Marte.
Daqui em diante, Silvero pretende expandir sua pesquisa das ondas gigantescas por todo o Planeta Vermelho. Ele acredita que as ondas mais rápidas devem estar por perto das dunas que se movem mais rapidamente por lá. Além disso, essas grandes ondas são indicativos das condições de vento locais, que precisam ser analisadas para permitirem a identificação de tempestades de areia – o que é importante para próximas missões, já que as menores partículas de areia podem reduzir a eficácia dos painéis solares e danificar peças mecânicas.
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Fonte: Canaltech