Nesta semana, a NASA liberou atualizações de duas políticas que definem a quantidade de contaminação biológica permitida no Sistema Solar gerada por suas missões. Agora, existem duas novas NIDs, sigla para NASA Interim Directives (“Direções Interinas da NASA”, em tradução livre) com definições sobre viagens humanas e robóticas para a Lua e viagens humanas a Marte.
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A primeira, de número NID 8715.128, altera a classificação de determinadas partes da Lua para reduzir as restrições do envio de pessoas e naves por lá. No momento, a Lua é considerada um corpo celestial de Categoria II, devido às chances baixas da contaminação de espaçonaves causarem algum problema em missões futuras. Agora, será classificada na Categoria I, que não exige proteção por não haver expectativas de encontrar vida por lá. Mas as novas normas são flexíveis, já que a NASA ainda deve manter certas partes da Lua na Categoria II devido às crateras com água congelada.
Já a NID 8715.129 atualiza as regras que proibiam que a exploração humana em Marte. Atualmente, o Planeta Vermelho fica na Categoria IV, que indica haver grande interesse em encontrar vida e observa os altos riscos de contaminação. A ideia não é mudar as regras, mas sim criar novas políticas para que a exploração seja possível, evitando contaminação biológica. Para isso, será essencial utilizar os conhecimentos adquiridos nas próximas missões ainda não tripuladas.
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Ambas as novas normas aliviam algumas das restrições para a exploração espacial – ao contrário do que vinha ocorrendo, uma vez que a agência espacial tem um longo histórico de regras rígidas sobre os níveis de contaminação biológica permitidos no envio de sondas e pessoas a outros planetas.
Para Jim Bridenstine, administrador da NASA, a mudança era necessária. “Precisamos olhar novamente para essas políticas, porque não podemos ir a Marte com humanos se a principal condição for não ter nenhum micróbio conosco”, disse.
Vale lembrar que a agência espacial está focando seus esforços no envio de humanos para outros mundos (como o retorno da humanidade à Lua a partir de 2024 e a chegada dos primeiros astronautas a Marte, na década de 2030), o que acaba levando diversos microrganismos junto. Assim, como a exploração humana do espaço tem alta prioridade, é natural que a NASA queira repensar as restrições da Lua e de Marte.
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Fonte: Canaltech