Hoje é terça-feira, o dia já tradicional no Canaltech em que a gente prepara um resumão das principais notícias científicas da última semana. Aqui, você se atualiza com o que está rolando de mais importante principalmente nas áreas da astronomia e da saúde, levando poucos minutos para ficar por dentro do que mais importa.
Uma década para sabermos se existiu vida em Marte (ou não)
A ser lançada no próximo mês rumo ao Planeta Vermelho, a missão Mars 2020 e seu rover Perseverance podem levar 10 anos para nos dizer se existiu ou não algum tipo de vida no passado de Marte. É que as amostras coletadas pelo rover devem ser trazidas à Terra lá pelo ano de 2031, somente. Entre os motivos que justificam tanta demora, estão os períodos orbitais dos dois planetas, que se aproximam de tempos em tempos e apenas quando estão em uma aproximação favorável é que voos entre um e outro são facilitados.
Lançamento de foguete em Alcântara
Praticamente sem divulgação prévia, aconteceu um lançamento de foguete na Base de Alcântara, no Maranhão. O lançamento, contudo, não levou ao espaço nenhuma carga útil, pois ele apenas fez parte de um treinamento operacional da Operação Falcão I/2020. Os principais objetivos foram testar comunicações, telemetria, rastreamento e gerenciamento dos procedimentos de segurança e comandos para futuros lançamentos a partir de Alcântara.
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Spacewalk no pacote turístico
É apenas questão de tempo (e pouco tempo) para que a Estação Espacial Internacional (ISS) receba turistas constantemente, pois há diversas iniciativas envolvendo agências espaciais e empresas privadas considerando passeios turísticos na órbita da Terra. Uma dessas empresas é a Space Adventures, que já tinha um contrato com a agência espacial russa Roscosmos para levar turistas à ISS em 2021 e, agora, a empresa firmou um novo acordo com os russos para que um turista faça uma caminhada espacial do lado de fora da estação.
Isso deve acontecer em 2023, ainda que tal data não tenha sido confirmada oficialmente. Também não foi revelado o preço desse spacewalk — algo que, até então, só foi realizado por astronautas profissionais.
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A partir de agora, você confere as principais notícias da última semana relacionadas à pandemia do novo coronavírus.
Planos de saúde devem cobrir testes para COVID-19
A ANS tornou obrigatório que planos de saúde cubram testes sorológicos em caso de suspeita de COVID-19. A Resolução Normativa 458/2020 estipula que testes para detectar anticorpos (IgA, IgC ou IgM) contra o novo coronavírus serão obrigatórios para os planos de saúde nas seguintes segmentações: ambulatorial, hospitalar (com ou sem obstetrícia) e referência, desde que o paciente apresente ou tenha apresentado alguns dos quadros clínicos da COVID-19.
Para realizar o exame, o paciente deve apresentar uma solicitação médica após suspeita da COVID-19. Entre os quadros clínicos que levam a essa suspeita estão a gripe com quadro respiratório agudo (com febre, tosse, dor de garganta, coriza ou dificuldade respiratória) e a síndrome respiratória aguda grave (dificuldade para respirar, pressão persistente no tórax, saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente ou coloração azulada nos lábios e rosto).
Possíveis medicamentos para tratar a COVID-19
Muitos estudos ainda estão sendo realizados em busca de drogas capazes de tratar a COVID-19, reduzindo a quantidade de casos graves da doença e também o número de óbitos. Uma dessas drogas pode ser o antiviral remdesivir, que foi aprovado para testes no Brasil e na Europa. A Anvisa anunciou que o estudo será de fase 3, envolvendo a observação de pacientes que estão sendo tratados com o medicamento. Receberão a droga pessoas que já estão hospitalizadas com quadro de pneumonia grave provocada pelo novo coronavírus. O remdesivir foi desenvolvido para o combate da ebola, mas já apresentou resultados positivos no tratamento de outros tipos de coronavírus, responsáveis pelas doenças SARS e MERS.
Outros remédios que vêm sendo testados para combater a COVID-19 são os antivirais daclatasvir e sofosbuvir, usados para o tratamento da hepatite C e que têm chances de inibir a replicação do SARS-CoV-2. Experimentos em laboratório indicaram que, entre as duas drogas, o daclatasvir tem mais potencial para executar essa função no organismo humano.
Tem também o ruxolitinibe, usado para tratar um tipo específico de câncer, que acaba de ser autorizado pela Anvisa para que seja usado em estudos clínicos contra a COVID-19 em nosso país. Inicialmente, cerca de 60 pacientes participarão do estudo, liderado pela farmacêutica Novartis.
Vacinas em desenvolvimento
O laboratório francês Sanofi e a empresa de biotecnologia norte-americana Translate Bio se uniram para desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus. Os planos envolvem o início de estudos clínicos no fim do ano. Se tudo der certo, essa vacina pode começar a ser produzida no segundo semestre de 2021.
Mas já existem vacinas em estágios mais avançados de desenvolvimento por aí. Uma delas é a criada pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, que foi apontada pela OMS como a melhor candidata contra o coronavírus. Essa vacina já está sendo testada em humanos aqui no Brasil, inclusive, por meio da Unifesp, e a Fiocruz deverá produzi-la em território nacional — isto é, caso a vacina passe em todos os testes e se mostre realmente efetiva. Se tudo der certo, a previsão é que os primeiros lotes desta vacina comecem a ser entregues entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021.
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Fonte: Canaltech