É possível formar uma equipe ou uma seleção que, do gol ao camisa 9, não haja uma peça que gera certo debate ou questionamento? Alguns dos maiores times da história recente do futebol mundial tiveram os seus ‘patinhos feios’, jogadores menos badalados e até mesmo por vezes criticados, mas que no fim das contas estamparam os pôsteres de campeões. Alguns deles, por sinal, contrariando as projeções e somando atuações de destaques. Vamos relembrar alguns?
Michel Salgado – Real dos ‘Galácticos’
The Best FIFA Football Awards
Contratado pelo clube espanhol em 1999, Michel Salgado era o dono da lateral-direita na conhecida ‘Era dos Galácticos’, período em que o Real Madrid concentrou diversas superestrelas em seu elenco como Figo, Zidane, Beckham, Ronaldo, Raúl e Roberto Carlos. Enquanto todos esses nomes se destacavam pelo quesito técnico, o lateral dominava a camisa 2 na força. Apesar da qualidade debatível, passou dez anos no clube da capital, disputando 371 partidas.
Victor Valdés – Barcelona de Guardiola
The Otten Cup – Eindhoven
Revelado nas canteras do Barcelona, o goleiro espanhol dedicou sua carreira profissional quase inteira ao clube da Catalunha, mas apesar dos mais de 500 jogos disputados, nunca contou com a confiança irrestrita da torcida blaugrana. Para muitos, era o ‘elo fraco’ do histórico Barça de Pep Guardiola, que conquistou tudo a nível nacional e continental.
Serginho Chulapa – Seleção de 1982
Apontada como a maior representante do futebol-arte dentre os esquadrões que a Seleção Brasileira já teve, a equipe de 1982 tinha em Serginho Chulapa um ‘ponto fora da curva’. Enquanto Zico, Falcão e Cerezo se destacavam também por seus comportamentos e carreiras ‘ilibadas’, o centroavante chegava ao Mundial colecionando polêmicas e sendo pressionado, internamente, para controlar o temperamento durante a disputa da Copa.
Olivier Giroud – França de 2018
France v Netherlands – UEFA Nations League A
Convocação questionada e que gerou inúmeras críticas a Didier Deschamps, Olivier Giroud foi o centroavante escolhido para representar a França na Copa do Mundo de 2018. Mesmo vivendo uma fase técnica bem ruim – que vem se prolongando até a atual temporada -, o camisa 9 não apenas fez parte daquele, como foi titular durante toda a campanha. Terminou o Mundial sem gols anotados ou até mesmo finalizações certas, mas com o status de campeão.
Mario Mandzukic – Bayern da Tríplice Coroa
Al-Duhail v Al Sadd – Qatar Cup Final
O atacante croata nunca chamou atenção por seus recursos técnicos e habilidade com a bola, mas sim por sua inteligência, dedicação e comprometimento tático em campo. No Bayern de Munique que conquistou tudo em 2012/13 – Bundesliga, Copa da Alemanha e Champions League -, ele era importante, mas nem de longe badalado como os outros grandes jogadores daquele elenco: Robben e Ribéry no auge, Müller, Schweinsteiger e Toni Kroos.
Dani Carvajal – Real ‘dono’ da Champions
Real Madrid CF v FC Barcelona – La Liga
Se na lateral-esquerda o Real Madrid têm grande sucesso com suas investidas – especialmente em jogadores brasileiros, vide Roberto Carlos e Marcelo -, a direita não com a mesma badalação ou prestígio. Dani Carvajal, revelado na base madridista, é titular da posição desde 2013 e fez parte do elenco multicampeão da Champions durante a década passada, mas sem grandes atuações de destaque ou protagonismo. É sólido defensivamente, mas pouco chama atenção no apoio.
Willian Arão – Flamengo de 2019
Liverpool FC v CR Flamengo – FIFA Club World Cup Qatar 2019
Fechamos essa lista com um representante do futebol brasileiro atual. Outrora fortemente criticado pelas exigentes arquibancadas rubro-negras, o volante iniciou 2019 na lista de despedidas prioritárias aos olhos do torcedor. A chegada de Jorge Jesus ao clube da Gávea, no entanto, mudou totalmente o curso das coisas para o camisa 5: de descartável à vital, terminando o ano como jogador do Flamengo com mais partidas na temporada. Em determinada entrevista, o treinador lusitano chegou a brincar, dizendo que Arão era seu ‘patinho bonito’.
Fonte: 90min