Supercampeão pelo Bayern de Munique, vencedor da Copa das Confederações com a seleção brasileira em 2013 e integrante do grupo que disputou a Copa do Mundo de 2014. A brilhante carreira do zagueiro brasileiro Dante, hoje atuando pelo Nice, da França, poderia servir de base para que ele mesmo dissesse que, nesta vida, ele já experimentou quase tudo. Pois o momento pelo qual o mundo inteiro passa, em função do coronavírus, veio para mostrar exatamente o contrário. E, claro, deixar lições que precisam ser aprendidas.
Quando a pandemia atingiu em cheio a França e o campeonato local foi paralisado, o atleta tomou a decisão de voltar para o seu país ao lado da esposa Joelma e dos três filhos. É de Salvador, na Bahia, que ele acompanha o desenrolar da crise. Em texto enviado ao The Players’ Tribune, o zagueiro revelou que não parou de estudar para ser treinador, mas que também tem aprendido outras lições no período:
“Posso dizer que nunca fui um pai tão bom quanto agora. Certamente nunca estive mais presente. (…) Quanto mais nos separamos, mais percebemos o quanto sentimos falta um do outro. Estou falando de contato humano. É isso que espero que possamos valorizar mais após esta crise, seja em restaurantes ou em outros lugares”, escreveu.
Dante faz questão de ressaltar, por óbvio, que o Covid-19 não é uma coisa boa. Muito pelo contrário. Mas é justamente esta adversidade que necessariamente deve ser levada em conta na hora de se reavaliar valores, tanto individuais como coletivos, e mantê-los ativos no futuro. “Quando você vê o quanto os outros estão sofrendo, você começa a mudar seu próprio comportamento. Agora, estou mais propenso do que nunca a pegar o telefone e ligar para alguém. (…) Não podemos pensar que este seja o fim do mundo ou que essa crise nunca acabará. Não. Temos que lidar com a realidade da melhor maneira possível e tentar cuidar um do outro. A energia positiva vai contar no final.”
Com experiência de vida em nações de primeiro mundo, o profissional fez questão de ressaltar a preocupação com a sua terra-natal e o modo como o Brasil está lidando com a pandemia. “Existe muita divergência nas informações transmitidas para a população. Se você disser às pessoas para ficarem em casa, elas o farão. Mas se você também lhes der a opção de sair, o que eles farão? Eles seguirão o caminho mais fácil. Todos temos que estar na mesma página, porque as coisas são muito mais sérias do que imaginamos. Nós também precisamos de solidariedade. Vamos encontrar uma solução para quem ganha o salário mínimo e não vamos deixar trabalhadores à sua própria sorte. (…) Todo mundo tem o direito de ter comida na mesa. Essa é a verdade. Não podemos esperar que as pessoas que passam o dia todo sem comer fiquem em casa e não façam nada. A fome dói para c@ra#%*”, acrescentou.
Em resumo, Dante tem apenas um desejo, que deve ser o de todos: “Espero que compreendamos o que é importante na vida”.
Quer saber como se prevenir do coronavírus? #FiqueEmCasa e clique aqui.
Fonte: 90min