Grande como jogador e ainda maior como técnico, Muricy Ramalho é, sem dúvida, um dos grandes personagens do futebol brasileiro neste milênio. Campeão da Libertadores pelo Santos e tetracampeão brasileiro – três pelo São Paulo e um pelo Fluminense -, o ex-treinador falou sobre tudo e mais um pouco em entrevista concedida ao jornalista Benjamin Back, no canal da Hebraica de São Paulo no Instagram.
Perguntado sobre a ‘seca’ de títulos vivida pelo Soberano, Muricy fez sua leitura sobre a fase do clube: “As pessoas se acomodaram um pouco. Acho que as pessoas pararam um pouco no tempo e ficaram vivendo dos títulos. Mas a vida não é assim. Então os rivais começaram a se preparar e quando o São Paulo foi ver, ficou para trás. Você não pode se acomodar quando você ganha, eu sei porque eu passei algum tempo lá, e para ganhar três seguidos foi muito difícil convencer as pessoas que tínhamos que continuar ganhando”, afirmou.
Ao longo da carreira, Muricy passou pela área técnica de três dos quatro grandes de São Paulo, restando apenas o Corinthians para completar a ‘quadra’. No bate-papo, o ex-treinador fez uma revelação sobre o tema: “Os corinthianos me param na rua e falam que faltou o Corinthians na minha carreira. Acontece é que eu até tive alguns convites do Andrés na época (…) Ele me perguntava quando eu ia assumir o Corinthians e eu respondia: ‘Pô, tu só me convida quando eu to empregado, que conversa é essa?’. Eu quase nunca estava no mercado”, revelou.
Como não poderia ser diferente, o atual mercado de treinadores e suas referências foi assunto da conversa. Perguntado se Rogério Ceni foi ‘fritado’ no Morumbi, Muricy deu sua opinião sincera sobre o movimento do jovem comandante: “Não sei se fritaram, mas a verdade é que o Rogério não deveria ter aceitado. Na minha opinião, ele não estava preparado para dirigir um gigante como o São Paulo (…) Ele é muito bom e vai ser um dos melhores do país, mas naquele momento não tinha experiência. Os treinadores jovens estão começando errado, de cima pra baixo, e isso não é bom. Essa é minha opinião”, cravou.
E os melhores comandantes do país na atualidade? “Jorge Jesus é o melhor e depois, em seguida, vem o Sampaoli (…) E aí vem o Renato Gaúcho, que também tá muito bem há alguns anos. Mas Jesus hoje é o melhor, não tem como discutir, é só ver o time dele jogar. A chegada dele obriga muita gente a se mexer, fazer um futebol diferente, agressivo, intenso”, concluiu.
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Fonte: 90min