Muito se fala ao redor do mundo sobre o combate à intolerância. Nas arquibancadas, o tema também deveria ter a mesma relevância, uma vez que milhões de pessoas morrem por ano por fazerem parte de minorias.
O maior problema do torcedor brasileiro é usar a desculpa de que sempre foi cantado cânticos preconceituosos e que é besteira censura-los agora. Mas é preciso parar com esse pensamento. O futebol é para ser um esporte inclusivo que quebra barreiras e diferenças pelo amor ao seu time e ao jogo.
Com a morte devastadora do ex-atleta da NBA Kobe Bryant, o clube Bahia começou uma campanha chamada “número do respeito”, em homenagem ao número 24 em que Black Mamba usou boa parte de sua vitoriosa carreira. Outros clubes como Botafogo, Vasco, Fluminense, Flamengo, Corinthians e Santos aderiram à ideia. Inclusive, Gabigol vestiu a 24 na vitória sobre o Resende e Nenê irá vesti-la na estreia da Sul-Americana.
Número proibido? #NúmeroDoRespeito 🏀🏳️🌈 pic.twitter.com/R85OY7u4AQ
— Esporte Clube Bahia (@ECBahia) January 28, 2020
Essa campanha é uma luta contra a homofobia. O que era para ser mais um número qualquer, virou símbolo de uma associação aos homossexuais. Kobe sempre lutou contra intolerâncias em geral, e seria bem legal que um de seus legados seja a luta contra o preconceito. Esse pensamento extende-se para os estádios, a justiça precisa punir, de fato, as torcidas que cantarem algo ofensivo.
Jogadores brasileiros já sofreram com todo tipo de preconceito. Richarlyson, que teve destaque no São Paulo e Atletico Mineiro, foi vítima de insultos homofóbicos constantemente durante sua carreira. A reação de diversos torcedores nos estádios brasileiros era deplorável, principalmente no caso quando o jogador foi apresentado ao Guarani debaixo de protestos e até bombas.
Outros brasileiros foram vítimas, e cabe ressaltar que não só no Brasil. A Europa concentra alguns dos torcedores mais desrespeitosos do mundo, ainda mais quando o assunto é racismo. Em uma partida da La Liga, a torcida do Villareal jogou uma banana e imitou sons de macacos na direção de Daniel Alves, que respondeu comendo a fruta. Recentemente, durante o maior clássico da Ucrânia, os brasileiros Taison e Dentinho, do Shakhtar Donetsk, foram alvos de insultos racistas de torcedores do Dínamo de Kiev. Outros casos conhecidos são de Balotelli e Lukaku.
Cada ano que passa, o mundo está se adaptando para aceitar as diferenças. em pleno 2020 é inaceitável ofensas nas arquibancadas. Se for necessário punição severa para que os torcedores aprendam, que seja feita. O futebol precisa evoluir. O mundo precisa evoluir.
Fonte: 90min