Dezembro, fim de temporada. Mês de especulações, reformulações e, principalmente, reflexão. É hora dos dirigentes avaliarem erros, acertos e começarem a planejar 2020. E para saber o que funcionou e o que deixou a desejar, nada melhor do que uma retrospectiva do ano, não é mesmo? Então, confira a seguir um resumo do que aconteceu no 2019 do Santos:
Contratações
Após um 2018 de altos, baixos e considerável turbulência em sua área técnica, o Peixe quis dar um ‘tiro certo’ no mercado de treinadores para iniciar uma revolução no clube. A escolha foi pelo argentino Jorge Sampaoli, movimento que viria a se configurar, em um curto espaço de tempo, como o grande acerto do clube em 2019. Em relação à qualificação de elenco, o time da Vila Belmiro se movimentou bastante: trouxe Soteldo, Marinho, Jorge, Felipe Jonatan, Jobson, Felipe Aguilar, Éverson e Christian Cueva, que chegava para assumir a posição de armador principal do time, algo que o costarriquenho Bryan Ruiz não conseguiu.
Expectativas criadas
A ambiciosa investida pelo ex-treinador da Seleção Argentina e o bom mercado feito elevaram o Santos ao status de força a ser monitorada na temporada. Se o grupo alvinegro ‘comprasse o barulho’ de Sampaoli, conhecido por ser extremamente exigente e disciplinador, o clube da Vila Belmiro poderia se tornar um candidato a títulos em curtíssimo prazo.
Campeonato Paulista
Primeira competição do calendário, o Estadual tornou-se o ‘laboratório’ perfeito para Sampaoli testar seu elenco e formações, isso, é claro, sem deixar de competir. Com sete vitórias, dois empates e três derrotas, o Peixe terminou a fase de grupos na segunda posição da chave A, atrás do surpreendente Red Bull Brasil. Quis o destino que o chaveamento colocasse os dois frente a frente nas quartas e, desta vez, quem levou a melhor foi o Santos: 2 a 0 no agregado. Mas o sonho alvinegro de voltar a conquistar o Paulistão morreria nas semifinais, para o rival Corinthians, liderado por um inspiradíssimo Cássio.
Copas
Pelo dinamismo dos torneios mata-mata e suas altas premiações, a Copa do Brasil e a Copa Sul-Americana entraram no topo das prioridades do Santos para 2019. Mas tão logo deu partida ao sonho continental, o Peixe se despediu, caindo para o River Plate (URU) na primeira fase da competição. A campanha do time do litoral na Copa do Brasil não seria tão mais empolgante: queda para o Atlético-MG nas oitavas de final, após eliminar River-PI, Atlético-GO e Vasco nas três rodadas anteriores. No início de junho, só resta o Brasileiro ao Peixe.
Pausa da Copa América
Três torneios disputados no primeiro semestre, três eliminações. Dúvidas já começaram a pairar sobre o trabalho de Sampaoli que, neste momento da temporada, já dava os primeiros indícios de insatisfação com a alta cúpula alvinegra e bastidores políticos. Mas a pausa para a disputa da Copa América serviu para ‘fechar’ elenco e treinador, que recebeu alguns reforços pontuais como Fernando Uribe, Evandro, Luan Peres, Lucas Venuto e Pará. O mês para treinos serviu para a filosofia do comandante argentino ser melhor assimilada, e o que veio pós-pausa foi o inverso do que vimos nos primeiros seis meses da temporada…
Brasileirão
Até a pausa no calendário nacional para a disputa da Copa América, o Santos era o vice-líder do Brasileirão, a cinco pontos de distância do primeiro colocado, Palmeiras. Nas rodadas que sucederam a retomada da competição, o Peixe atropelou todos os seus adversários e assumiu o topo da tabela de classificação. Uma perda de gás na virada do turno, somada à ascensão meteórica do Flamengo de Jorge Jesus, acabou tirando o Santos da briga pelo título. Contudo, o bom futebol da equipe alvinegra, mesmo após já não ter mais chances matemáticas de erguer o caneco, restabeleceu o orgulho do torcedor santista em seu clube. Destaque para Gustavo Henrique, Carlos Sánchez e Soteldo, os grandes nomes do Peixe no torneio.
Saldo final
A campanha emplacada pelo Peixe no Campeonato Brasileiro lhe garantiria o título em diversas outras edições anteriores, ou seja, conseguiu números de campeão, mas deu azar de ter como rival um Flamengo fora do comum. O torcedor alvinegro deve sair de 2019 com a cabeça erguida, afinal, foi uma das equipes que melhor performou na temporada e conta com uma base interessante para 2020, ano em que voltará a disputar a Copa Libertadores. Manter Jorge Sampaoli, no entanto, será vital para voos mais altos.
Fonte: 90min