Pouco futebol dentro de campo e episódios lamentáveis fora dele. Este foi o panorama do duelo entre Cruzeiro e Atlético, protagonizado no Mineirão no último domingo (10). As cenas de violência e destempero nas arquibancadas reascenderam um importante debate, que pode acabar culminando em uma mudança de grandes proporções no futebol mineiro.
De acordo com a apuração do UOL Esportes, órgãos de segurança do Estado de Minas Gerais, como a Polícia Militar e o Ministério Público, voltaram a conversar sobre a implementação de torcida única nos clássicos mineiros. Atualmente, os confrontos envolvendo Atlético-MG e Cruzeiro têm carga de entradas divididas: 90% para a torcida mandante e outros 10% para os visitantes. Mas nem mesmo a ocupação ‘desnivelada’ tem evitado conflitos.
Nas palavras do major Felipe Oliveira de Souza (PM-MG), a medida voltou a ser debatida e deverá ser implementa, caso haja concordância entre os envolvidos: “Nenhum órgão vai solicitar sozinho essa questão de torcida única (…) É uma solução? Acredito que é uma solução, mas a gente tem que decidir com mais gente. Alguma coisa tem que ser feita. A gente não pode deixar que situações como a de domingo continuem acontecendo. A gente monta toda uma estrutura, com segurança, tropa da PM e o fato ainda acontece. A gente toma todas as precauções, mas ainda continua acontecendo”, afirmou.
Com episódios de violência se tornando cada vez mais frequentes dentro e nos arredores dos estádios, os termos ‘proibição’, ‘veto’ e outros similares passam a se tornar constantes no vocabulário que cerca o esporte que tanto amamos. Retirar um grupo específico de pessoas das arquibancadas – espaço que deveria ser plural, para todos -, certamente não é solução mais democrática, mas acaba sendo considerada a única viável, já que o problema, na raiz, é muito mais difícil de ser solucionado: é social/comportamental.
Fonte: 90min