O papa Francisco apelou na quinta-feira (20) para que as pessoas evitem sentimentos negativos, como desconfiança, medo e desprezo em relação aos imigrantes. O pedido foi feito durante audiência com integrantes da Conferência Mundial sobre Xenofobia, Racismo e Nacionalismo Populista no Contexto da Migração Global. Segundo ele, os que exploram os estrangeiros “devem fazer um profundo exame de consciência” porque terão de prestar contas a Deus.
Na audiência, o papa mencionou os ensinamentos do Novo Testamento, que destaca que todos os homens são iguais independentemente de sua etnia e credo religioso. “[Aquele que mantém] sentimentos de desconfiança, medo, desprezo e até ódio contra indivíduos ou grupos considerados diferentes por causa de sua etnia, origem e religião, como tal, não é digno o suficiente para participar plenamente na sociedade.”
O papa ressaltou que esses sentimentos são inspirados pela intolerância, afetando a dignidade das pessoas envolvidas e seus direitos fundamentais. “Infelizmente acontece também na política quando cede à tentação de explorar os medos e as dificuldades de alguns grupos e usar as promessas ilusórias a interesses eleitorais míopes.”
Francisco lembrou que todos estão vinculados ao Criador e que Deus criou o homem à “imagem e semelhança” Dele. Citando as Cartas de São Paulo, o papa defendeu o respeito à dignidade como “unidade fundamental” entre os seres humanos.
“Não há judeu ou grego; não há escravo ou livre; não há homem nem mulher, porque todos [somos] um em Cristo Jesus”, disse o pontífice, citando o Novo Testamento.