Desenvolvedores, tanto de hardware como de software, frequentemente usam codinomes em seus projetos. Seja para se referir a eles de uma forma mais fácil na comunicação no dia-a-dia, ou então para ocultar sua natureza. Um exemplo histórico é o codinome Marklar usado pela Apple durante o desenvolvimento da primeira versão do Mac OS X para processadores Intel. Com o sistema operacional Android, da Google, não é diferente. Além de um número (1.5, 4.4, 5.1, etc… ) cada versão tem um apelido, como Gingerbread ou Marshmallow. Mas você conhece a história por trás dos codinomes do Android? É o que vamos explicar neste artigo.
A origem dos codinomes do Android
A tradição de dar nomes “doces” às versões do Android começou durante o desenvolvimento da primeira versão pública do sistema, a 1.5, e foi iniciada por Ryan Gibson, gerente do projeto na época. Ela teria surgido devido à enorme quantidade de “guloseimas” consumidas pelos desenvolvedores trabalhando longas horas durante os primeiros anos do projeto.
Segundo Hiroshi Lockheimer, atual Vice-Presidente Sênior de Android e Chrome na Google, a idéia comum de que os codinomes do Android são sempre nomes de “sobremesas” não está totalmente correta: de acordo com o executivo, o tema são “gostosuras” (tasty treats, em inglês), o que explica nomes como KitKat (um popular chocolate da Nestlé), Lollipop (pirulito) e Marshmallow.
O Android 1.5 foi o primeiro a ter um codinome “doce”, Cupcake. A partir daí, todos os codinomes seguem o tema em ordem alfabética, culminando no atual Android 6.0 “Marshmallow”. Mas porque começar na letra C? Antes do Android 1.5 a Google preparou duas versões internas, 1.0 e 1.1. Aparentemente, ao oficializar a nomenclatura a equipe decidiu que a terceira versão deveria começar pela terceira letra do alfabeto.
Um buffet de sobremesas
A princípio o critério da Google que decide quando uma nova “sobremesa” é criada não parece muito claro. Novas versões do sistema (1.x, 2.x, 3.x, etc…) sempre recebem um codinome, mas às vezes eles também são atribuídos para revisões de uma versão.
Por exemplo, o Android 2.0 e 2.1 compartilharam o mesmo codinome, Eclair, mas a família “4.x” teve três codinomes diferentes: Ice Cream Sandwich (4.0), Jelly Bean (4.1 a 4.3) e Kit Kat (4.4). Na prática, sempre que uma versão acumula “mudanças significativas”, seja na interface ou recursos internos, ela recebe um novo apelido.
Em ordem alfabética, seguem abaixo todas as versões do Android já lançadas, e seus respectivos codinomes:
O primeiro smartphone Android lançado no Brasil, o Motorola DEXT, rodava o Android 1.5 Cupcake. E se você não se lembra do Honeycomb, não se preocupe: foi uma versão do Android lançada apenas para tablets, como o Motorola XOOM. Com o lançamento do Android 4.0 Ice Cream Sandwich o sistema operacional foi novamente unificado, e uma só versão passou a funcionar nos dois tipos de aparelhos.
Doces esculturas
Além de um codinome, cada versão do Android ganha uma escultura instalada em um jardim próximo ao Centro de visitantes na sede do Google em Mountain View, na Califórnia. O local acabou sendo apelidado de Android Lawn (algo como “O Gramado do Android”) e se tornou uma atração turística. Quer visitá-lo? Você pode fazer isso usando o Google Maps.
E o próximo Android?
A Google já liberou uma “prévia” do Android N para os desenvolvedores, mas assim como fez com o Marshmallow no ano passado, ainda não divulgou o nome do sistema. A especulação corre solta, com rumores de que o sistema seria chamado de Nutella ou Nougat. Mas em vez de dar dicas, neste ano a Google resolveu fazer diferente: criou um site onde qualquer pessoa pode enviar uma sugestão de codinome para o sistema.
Os termos de serviço lembram que o “concurso” é apenas para fins de entretenimento, e que a Google não irá entregar nenhum tipo de premiação ou crédito a quem sugerir o nome vencedor. Ainda assim, não custa participar. Se acertar, pelo menos você poderá dizer “fui eu que sugeri!”