Um abraço simbólico encerrou ontem (9) as festividades pelos 201 anos do Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão. Em parceria entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Serviço Social do Comércio (Sesc), foi realizado no entorno do museu o evento gratuito Ciência, História e Cultura: o Museu na Quinta, que ofereceu, durante todo o fim de semana, atividades culturais relacionadas à instituição e a seu acervo. O evento teve ainda 29 mostras e oficinas e atrações como apresentação da Orquestra da Maré e do esquete teatral O Museu Nacional Está Vivo.
O diretor do Museu Nacional (MN), Alexander Kellner, disse à Agência Brasil que, após as comemorações dos 201 anos, é “preciso virar a página e seguir adiante, apesar de toda tristeza” que os pesquisadores, funcionários e visitantes do museu experimentaram ao ver o equipamento ser destruído por um incêndio no dia 2 de setembro do ano passado. “Agora, é pensar para a frente”, afirmou.
Segundo Kellner, a liberação, pelo Ministério da Educação, da primeira parcela dos R$ 908 mil necessários às obras será usada na elaboração do projeto executivo de restauração da fachada e dos telhados permanentes do edifício. Ele espera agora que seja liberada a primeira parcela da verba da emenda parlamentar de deputados federais do Rio de Janeiro para iniciar a reconstrução do museu, que ocorrerá em etapas. Os recursos da emenda, no total de R$ 55 milhões, serão usados na primeira fase da reconstrução, prevista para até 2021. A primeira verba gira em torno de R$ 12 milhões.
Muitas famílias atenderam ao apelo para abraçar simbolicamente o museu. Uma delas foi a família de Karine. Ela, que participou do abraço com o marido e os filhos, disse à Agência Brasil que chegou a chorar quando viu o museu pegando fogo. Karine não tem dúvida de que “ações como essa organizada pelo museu, pelo Sesc e pela UFRJ evidenciam o valor que o Museu Nacional tem para a população”.
Guilherme Silva lamentou ter ido poucas vezes ao museu. Retornando ao Rio de Janeiro de uma viagem, no dia 2 de setembro de 2018, ele viu da Linha Vermelha o incêndio que consumiu o equipamento e está confiante em que o museu voltará a funcionar o mais rápido possível.
André Luiz Medeiros também participou do abraço. Ele confessou ter visitado o Museu Nacional em poucas ocasiões. Sua esposa é que ia mais vezes levando o filho caçula do casal. André torce para que o museu seja reconstruído para que o menino possa aproveitar mais do acervo.
Durante o abraço, uma placa exibida por um popular traduziu o desejo comum: “Sem o museu, não há história”. O público uniu-se em um abraço que se estendeu por todo entorno do museu, gritando as palavras de ordem “Museu Nacional líder!”.
Fonte: Agência Brasil