quem aproveitou e quem deixou a desejar

A Seleção Brasileira fechou a Data FIFA de outubro da melhor forma possível para o técnico Dorival Júnior, que conseguiu engatar duas vitórias consecutivas nas Eliminatórias para a Copa do Mundo 2026 e assumiu o 4º lugar, reduzindo consideravelmente a diferença no saldo de gols para a seleção do Uruguai. Diferentemente do temor inicial de ficar de fora dos seis primeiros colocados, a equipe canarinho contou ainda com resultados favoráveis para subir na tabela em comparação com a 6ª colocação que estava no início do mês.

O resultado de 2 a 1 obtido diante do Chile, no Estádio Nacional de Santiago, mostrou uma Seleção capaz de demonstrar resiliência e lutar até o fim pela busca do resultado, principalmente pelo talento individual. Em seguida o duelo contra o Peru terminou 4 a 0 e mostrou como alguns jogadores podem encaixar em uma nova formação titular do Brasil para os próximos jogos, além de transmitir confiança necessária para a manutenção da atual comissão técnica.

“Fico feliz pela equipe ter apresentado tudo aquilo que foi trabalhado e treinado. É um grupo em formação e carece de ajustes. A equipe ainda vai oscilar. Teremos partidas até melhores do que essa, mas entendo que podemos ter uma recaída. Não me iludo agora como não me desesperei antes. Não demos chance ao adversário e retomamos rapidamente a bola. No primeiro tempo o Peru se defendeu ao extremo e o jogo não estava fluindo, mas mesmo assim conseguimos o gol que foi importante. A partir dos 2 a 0 a equipe adversária se abriu e tivemos campo para trabalhar. Precipitamos em algumas situações e a circulação de bola estava um pouco lenta.”

– Dorival Júnior, técnico da Seleção

Considerando que a Seleção Brasileira rendeu principalmente pelo aspecto coletivo nos jogos de outubro, naturalmente teremos uma lista com muitos destaques positivos, como mostramos a seguir.

O ponta-direita de 23 anos aproveitou muito bem os minutos que esteve em campo nas duas partidas, as quais iniciou como reserva. Diante do Peru, o atacante do Botafogo trouxe maior dinâmica e deixou o campo com um gol e uma assistência, provavelmente dando dor de cabeça para Dorival e “cavando espaço” para ser titular em novembro.

Um dos melhores jogadores do mundo na temporada 2024/25, o camisa 11 trouxe do Barcelona o seu grande futebol, com excelência na alta pressão e armação de jogadas atuando mais centralizado, além de uma inteligência tática muito positiva com e sem bola.

O artilheiro do Botafogo buscou o gol de empate diante do Chile e não marcou contra a seleção do Peru, mas cumpriu com sua função durante a partida, sofreu pênalti e acumulou chances de marcar no Estádio Mané Garrincha, cada vez mais se consolidando como o centroavante que a seleção necessitava.

Contestado por parte da torcida durante a convocação, o lateral-esquerdo que era do Athletico-PR foi muito seguro no sistema defensivo, alargando o campo próximo da linha ofensiva, mostrando que também consegue auxiliar de forma considerável com o ataque, demonstrando nível maior em relação ao desempenho no futebol francês.

Pela primeira vez o atleta do Flamengo foi titular sob comando de Dorival Jr contra o Peru, o meio-campista versátil (com capacidade para atuar como volante ou ponta-direita) teve grande desempenho e muita participação na distribuição de jogo, sendo fundamental nas construções ofensivas.

Apesar da minutagem limitada, Endrick teve pouca minutagem (14 contra os chilenos e 13 diante dos peruanos), o que dificultou que o talento do Real Madrid conseguisse finalizar muito e definir jogos, mas chama atenção o fato dele perder embates físicos e duelos pela posse de bola contra os marcadores constantemente. Antes do início da Data FIFA, o jovem de 18 anos mostrou esses problemas em partidas contra Alavés, Atlético de Madrid e principalmente quando enfrentou o Lille.

Apesar das duas vitórias consecutivas, confrontos ficaram marcados pelos destaques individuais. A seleção de Dorival Jr mais uma vez lidou com problemas de criação no campo ofensivo nos dois jogos. Na última terça-feira (15), o 5-4-1 da seleção peruana impediu que o Brasil marcasse gols com bola rolando.

A substituição de Vanderson no lugar de Danilo foi ineficaz devido à repetição de função entre os dois jogadores, ficando próximo dos defensores para iniciar as fases de ataque sem fazer as ultrapassagens para abrir o campo. No entanto, o Brasil conseguiu encontrar o caminho do gol principalmente pelo lado direito graças a Savinho e Abner pelos lados, os quais aproveitaram os espaços cedidos pela pior seleção das Eliminatórias quando a mesma tentou se lançar ao ataque.

Outras questões que ficam para os jogos diante de Venezuela e Uruguai em novembro são a utilização ou não de jogadores importantes como Bruno Guimarães, Vinícius Júnior, Rodrygo e Lucas Paquetá, por haver melhora significativa de desempenho com os três jogadores fora da equipe titular.

Há dúvidas também quanto à manutenção de um meio de campo de menos marcação para priorizar o sistema ofensivo, uma estratégia que pode render prejuízos contra adversários mais bem qualificados. Dorival Júnior conquistou os seis pontos necessários e o Brasil fechou a 10ª rodada em quarto lugar, resultado que abafa a crise e garante tranquilidade para o trabalho seguir.

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