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Com os Jogos Olímpicos de Paris 2024, os maiores atletas de alto rendimento do mundo já passaram e ainda vão passar por uma série de testes antidoping. O exame analisa a urina e amostras de sangue em busca de substâncias proibidas nas Olimpíadas, como anabolizantes, capazes de aumentar a força e a resistência muscular. No futuro, a Inteligência Artificial (IA) vai melhorar ainda mais a qualidade da testagem.
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No teste de antidoping pré-Olimpíada, o maratonista brasileiro Daniel Ferreira do Nascimento, de 25 anos, foi reprovado e não pode embarcar rumo à França para representar o Brasil nas Olimpíadas 2024. O exame detectou a presença indevida de drostanolona, metenolona e nandrolona, derivados da testosterona.
Em relação aos jogos olímpicos em Paris, o maratonista não deve ser o único a ser reprovado. Em média, 2% dos atletas selecionados não passam no teste antidoping, o que equivale a dizer dois em cada 100 participantes.
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Segundo a organização International Standard for Testing and Investigations (ISTI), cada local de competição ainda terá uma área específica para a testagem de substâncias proibidas. Então, mais testes ainda devem ocorrer, mesmo com 88% dos atletas já terem sido pré-testados.
O curioso é que o Código Mundial Antidopagem permite que uma amostra de sangue, por exemplo, seja analisada até dez anos após a coleta, o que pode hipoteticamente alterar o pódio olímpico. Os testes retrospectivos permitem detectar substâncias proibidas, mas que não podiam ser identificadas pelo método de testagem da época.
Como é o teste antidoping?
Para avaliar a presença de substâncias proibidas, a Agência Mundial Antidoping (WADA) analisa tanto amostras de urina dos atletas quanto de sangue. No segundo caso, é utilizada uma gota de sangue — o método foi usado pela primeira vez nas Olimpíadas de Tóquio, no Japão. Para secar de forma adequada, essa gota é pingada em um papel absorvente especial e, posteriormente, analisada em laboratório.
IA no teste antidoping
Em paralelo aos métodos de testagem tradicionais, a WADA está desenvolvendo uma série de experimentos com o uso da IA. A ideia é criar um modelo que consiga analisar padrões associados ao doping, aumentando a eficácia da testagem e tornando os jogos olímpicos ainda mais justos. Outra possibilidade é criar testes mais precisos.
O pesquisador Wolfgang Maaß, da Universidade do Sarre (Alemanha), é um dos maiores envolvidos no processo de inovação dos testes antidoping. Através de sua pesquisa, é desenvolvido um algoritmo de aprendizado de máquina capaz de detectar, de forma mais eficiente e barata, a presença de eritropoietina (hormônio que estimula a produção de hemácias) nas amostras dos atletas.
Apesar dos resultados preliminares positivos, a tecnologia ainda não está pronta para ser usada nas Olimpíadas de Paris. A equipe precisa obter mais dados (de qualidade), especialmente amostras reprovadas em testes antidoping, para aperfeiçoar o desempenho do algoritmo.
Teste antidoping nas Olimpíadas de Paris
Para os pesquisadores Jorge Domínguez Carrión (Universidad Politécnica de Madrid) e Millán Aguilar Navarro (Universidad Francisco de Vitoria), em artigo na plataforma The Conversation, as modalidades olímpicas mais monitoradas no teste antidoping tendem a ser, com base no histórico dos resultados:
- Ciclismo;
- Levantamento de peso;
- Boxe;
- Triatlo;
- Luta livre;
- Atletismo
- Rúgbi;
- Basquete;
- Handebol.
Substâncias mais
que exigem resistência aeróbica são mais associados ao doping sanguíneo ou com outras estratégias que aumentam artificialmente a capacidade de transporte de oxigênio do sangue. É o caso do uso de eritropoietina.
Se a modalidade exigir elevada concentração, tendem a ser mais comuns medicamentos que reduzem a ansiedade, a desatenção ou a fadiga. Aqui, vale mencionar que o canabidiol (CBD), isolado da cannabis, não reprova.
Entre os esportes que exigem força máxima e explosividade, é mais recorrente a detecção de esteroides anabólicos androgênicos (EAA), conhecidos por aumentar a massa muscular e a força. São derivados da testosterona.
No caso de esportes de contato, o uso preferencial é do hormônio do crescimento e dos glicocorticoides, já que aceleram a recuperação do tecido após uma lesão.
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Fidel Forato , Canaltech.
Fonte: Canaltech..
Fri, 26 Jul 2024 13:22:00 -0300