Para os próximos anos, a previsão é que os eventos climáticos extremos, como as inundações e alagamentos que afetam o Rio Grande do Sul, se tornem mais comuns. Diante desse cenário, as cidades precisarão se tornar cada vez mais inteligentes, com a aplicação de novas tecnologias e intervenções no cotidiano. O conceito de cidades-esponjas é uma dessas alternativas contra as fortes chuvas.
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Diferente do que a maioria das pessoas pode pensar, as tragédias associadas com enchentes e inundações não estão apenas conectadas com o volume de água que choveu em determinado local.
É importante considerar também a capacidade de vazão, absorção e drenagem de água de um local. Sem isso, áreas podem permanecer alagadas por longos períodos, mesmo com precipitações moderadas. Como o próprio nome já sugere, as cidades-esponjas são planejadas para impedir que casas e prédios sejam tomados pelas águas.
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O que são cidades-esponjas?
O termo cidade-esponja foi usado, pela primeira vez, na China por volta do ano de 2010 — por lá, um dos maiores exemplos são as construções de Chongqing. Embora o conceito não estivesse bem definido, outros países também aplicam técnicas para absorver e reter as águas pluviais, evitando tragédias, como Berlim (Alemanha), Seattle e Nova York (EUA) e Copenhague (Dinamarca). No entanto, nenhum local ainda é 100% “esponja”.
“Nas cidades-esponja, toda superfície precisa estar conectada a um espaço que possa ‘inundar’ com segurança”, explica Franco Montalto, engenheiro civil e professor da Universidade Drexel, em artigo para a plataforma The Conversation. Adiantamos que isso é um passo além de ter jardins, árvores e telhados verdes espalhados por uma área urbana.
Isso porque a ideia não é necessariamente que o solo absorva toda a água da chuva ou que essa água seja transportada até o rio mais próximo, através de dutos e encanamentos. Afinal, há risco dessa tentativa apenas piorar uma inundação. Então, o objetivo é armazenar a água, em diferentes tipos de reservatórios e cisternas, dando vazão gradual.
Por exemplo, uma cidade-esponja verdadeira pode ter áreas verdes distribuídas em diferentes pontos, mas também áreas feitas com concretos permeáveis para absorver a água em um reservatório. Este sistema pode ser aplicado em ruas, estacionamentos ou mesmo quadras esportivas, como criando áreas alagáveis ou ainda parques-piscina. Tudo voltaria ao “normal”, após as chuvas.
A seguir, veja um dos exemplos dos jardins que coletam água, em Nova York:
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Absorvendo água das chuvas
Com base nos experimentos desenvolvidos por sua equipe, o professor Montalto estima que 65% das superfícies precisam ser permeáveis para dar conta das águas pluviais, com segurança. Tal porcentagem pode ser inviável em muitos locais, se a única opções fossem os jardins.
Dentro do conceito de cidades-esponja, as ruas seriam redesenhadas para direcionar as águas pluviais para locais projetados para inundar, com segurança, em casos de eventos climáticos extremos. Além disso, “as áreas naturais existentes seriam aproveitadas para o armazenamento de águas pluviais, aprimorando sua ecologia”, acrescenta o pesquisador.
“À medida que os eventos extremos se tornarem mais frequentes, espero que os padrões de planejamento e projeto urbano evoluam para incluir o conceito de cidade-esponja”, completa Montalto.
Agora, confira outro projeto de cidade-esponja na cidade de Berlim:
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Fonte: Canaltech