A estrela de Boyajian, ou estrela de Tabby, é um dos objetos onde muitos astrônomos depositaram suas esperanças de encontrar vida em outros planetas. Agora, o astrofísico Chris Lintott, da Universidade de Oxford, diz que essas pesquisas podem ser um modelo para as futuras buscas por civilizações alienígenas.
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Com um comportamento incomum e imprevisível de variações abruptas de brilho, sem nenhum padrão, a estrela intriga os astrônomos desde sua descoberta em 2012. Segundo Lintott, é “como se alguém estivesse brincando com um interruptor”.
Os dados de telescópios revelaram uma massa de material ao seu redor bloqueando periodicamente sua luz, levando a várias possíveis explicações. Algumas sugerem que se trata de uma nuvem de poeira, enquanto outras propõem que o responsável seria um cometa.
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Entretanto, a hipótese mais famosa é a da Esfera de Dyson, apresentada pelo astrofísico Freeman Dyson: uma civilização alienígena avançada teria implementado vastos conjuntos de painéis solares em torno da estrela para capturar o seu calor e luz e convertê-los em energia para seu planeta.
Apesar de excêntrica, a ideia ganhou muita notoriedade, mas logo os cientistas a confrontaram com explicações mais simples. Por exemplo, um estudo revelou que, para cada um dos comprimentos de onda da luz da estrela, quantidades diferentes são bloqueadas durante as diminuições de brilho.
Tais características correspondem aos resultados esperados para uma luz estelar que atravessa uma nuvem de poeira. Segundo os estudos, essa nuvem de poeira poderia ser os restos de um planeta que se aproximou demais da superfície da estrela e se fragmentou.
Seja qual for a explicação correta, o conjunto de pesquisas sobre Tabby traz técnicas importantes para a busca por vida extraterrestre que vão além do uso de radiotelescópios para tentar “ouvir” sinais de rádio, segundo Lintott.
Busca por vida em outros planetas
A procura por sinais de rádio alienígenas se baseia na esperança de que as civilizações tecnologicamente avançadas utilizem esse tipo de tecnologia para se comunicarem entre si — afinal, é o que fazemos aqui na Terra há 100 anos.
Contudo, Lintott argumenta que a técnica com radiotelescópios pode se tornar obsoleta nesse tipo de pesquisa. O motivo é que, na Terra, a utilização de transmissões de rádio para comunicação está sendo rapidamente substituída por outras tecnologias, como os cabos de fibra óptica.
Nos próximos 50 anos, a humanidade se tornará “silenciosa” em sinais de rádio, e o mesmo deve acontecer com outras civilizações tecnológicas. Por isso, o caso da Estrela de Tabby pode ser importante para a busca por alienígenas: em mais de 10 anos de estudos, várias técnicas foram utilizadas para descobrir se há ou não extraterrestres causando o comportamento errático da estrela.
Essa perspectiva será apresentada por Lintott nesta segunda-feira (29) no Gresham College lecture in Conway Hall.
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Fonte: Canaltech