Milhares de asteroides foram descobertos graças ao telescópio espacial Hubble e a um ótimo exemplo de trabalho em equipe. Cientistas cidadãos e astrônomos da Agência Espacial Europeia (ESA) liderados por Pablo García-Martín, pesquisador da Universidade de Madri, encontraram as rochas espaciais em meio a dados arquivados do querido observatório.
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Os asteroides são rochas espaciais de material que sobrou da formação do Sistema Solar há 4,5 bilhões de anos. Portanto, eles são como cápsulas do tempo que revelam aos cientistas as condições de formação da nossa vizinhança no espaço.
No entanto, observá-los não é nada fácil porque além de terem brilho fraco, os asteroides estão viajando o tempo todo ao redor do Sol. É aqui que entra o Hubble: como orbita a Terra rapidamente, o telescópio consegue flagrar sinais dos asteroides, que aparecem como rastros nas imagens.
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Estes rastros são curvados e indicam, sem dúvidas, a presença de uma rocha espacial. Como a perspectiva do telescópio muda ao longo da sua órbita (afinal, os asteroides também estão em movimento), basta que os cientistas saibam a posição do Hubble a curva dos rastros para estimar a distância e formato dos asteroides.
Pensando nisso, em 2019 os astrônomos do Centro Europeu de Ciência e Tecnologia (ESTEC) e do Centro de Dados Científicos do Centro Europeu de Astronomia Espacial (ESDC) criaram o Hubble Asteroid Hunter (HAH), um projeto para procurar asteroides nos dados antigos do Hubble. A ideia era investigar o porquê de asteroides menores não terem acumulado mais poeira do disco que deu origem ao Sol e aos planetas.
Os mais de 11 mil voluntários do HAH analisaram 37 mil imagens do Hubble capturadas em 19 anos. Após identificar quase 2 milhões de objetos, eles receberam dados para treinar um algoritmo automatizado, que iria identificar asteroides nas imagens.
Foi assim que eles chegaram aos 1.701 rastros de asteroides, sendo que 1.031 pertenciam a rochas espaciais ainda não catalogadas. Segundo a ESA, “esta iniciativa pioneira pode ser aplicada de forma efetiva a outros conjuntos de dados”.
Para os próximos passos, os membros do projeto vão explorar os rastros dos asteroides desconhecidos para saber mais sobre suas órbitas e propriedades. A maioria dos rastros foi detectada pelo Hubble há muitos anos, ou seja, não é possível usá-los agora para determinar as órbitas.
O artigo que descreve as descobertas foi publicado na revista Astronomy and Astrophysics.
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Fonte: Canaltech