A cor vermelha pode ser vista em uma infinidade de produtos atualmente, mas nem sempre foi fácil para os seres humanos obtê-la na natureza. Quente e forte, o vermelho significa diferentes coisas em cada cultura humana, mas o fascínio pelo tom é praticamente universal. E ele vem, curiosamente, de um inseto.
- Inseto mais raro do mundo reaparece em zoológico após 80 anos
- Bicho-da-seda editado com genes de aranha tece fibra à prova de balas
A cochonilha (Dactylopius coccus) é uma criaturinha que vive nas figueiras-do-diabo ou figueiras-da-índia (Opuntia ficus-indica), um tipo de cacto espinhoso, atualmente criada no Peru e nas Ilhas Canárias. Sua cor carmesim, usada como corante em alimentos, bebidas e cosméticos, é conhecida como Carmim, Vermelho Natural ou E210.
O cultivo do pequeno inseto para produção de corantes avermelhados é feito desde a antiguidade, e sociedades como a dos Incas passaram a associar a cor ao poder e a boas qualidades em seu período de ascensão, entre 1400 e 1533 d.C. É aí que começa a história do espalhamento do corante para o mundo.
–
Siga o Canaltech no Twitter e seja o primeiro a saber tudo o que acontece no mundo da tecnologia.
–
Insetos vermelhos conquistam o mundo
A disseminação e popularização do corante das cochonilhas pelo mundo foi semelhante à das batatas, tomates e pimentas malaguetas — todas vieram da América Pré-Colombiana, mas especificamente da América do Sul e da Central.

Invasores espanhóis levaram as cochonilhas à Europa no século XIV, valiosa o suficiente para ser comparada ao ouro e à prata — isso fortaleceu ainda mais o Império Espanhol e sua influência pelo mundo, mas às custas do trabalho dos povos originários mesoamericanos. Eles já o faziam por séculos, mas agora eram mal pagos e maltratados enquanto abasteciam o monopólio do mercado de corantes.
Antes da descoberta e exploração da cochonilha, a tonalidade avermelhada era bastante difícil de se conseguir, o que fazia a nobreza recorrer ao roxo e azul como cores reais. Nos anos 1460, a popularidade do carmim fez os cardeais da Igreja Católica substituírem o púrpura tírio como cor tradicional pelo carmesim, que se tornou uma das tintas mais caras da época.
A arte barroca europeia foi inundada pela tinta vermelha, que tornou as pinturas intensas e dramáticas. A realeza também passou a adotar o vermelho, aumentando seu prestígio como uma cor relacionada ao poder. Hindus, cristãos e judeus atribuem diferentes significados espirituais à tonalidade, mas todos concordam quanto à sua importância.

O gosto humano pelo vermelho talvez se explique pela cor ter o maior comprimento de onda visível — estudos mostram que ela estimula energia e animação, ajudando até mesmo a aumentar o apetite.
A tradição do tapete vermelho vem desde a peça grega Agamenon, de 458 a.C., mas representando a ruína, diferente do significado luxuoso e estrelado da cultura pop atual. Termos como “redpill” (pílula vermelha) ou “red flag” (bandeira vermelha) atestam os significados profundos associados à cor, que simboliza, na maioria das vezes, não só o poder, mas também os perigos que o acompanham.
Trending no Canaltech:
- Wolverine admite fraqueza perturbadora sobre seu fator de cura
- Nokia relança três celulares clássicos com mais bateria
- Bug no iFood impede reconhecimento de pagamento de pedidos
- Cidade na Rússia declara emergência após vazamento de radiação
- Asteroide do tamanho de carro passa pela Terra nesta quinta (11)
- 8 lugares estranhos no Google Maps que não podem aparecer no mapa
Fonte: Canaltech