Muitos temem que os animais sejam responsáveis pela transmissão de determinados vírus (a famosa zoonose). No entanto, a revista Nature Ecology & Evolution contradiz essa ideia ao mostrar que, na verdade, é mais comum que os humanos passem vírus para os animais. Ou seja: eles têm mais a temer do que nós.
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Os vírus zoonóticos causaram inúmeros surtos de doenças (desde casos isolados a pandemias), e impactaram a saúde humana como um todo.
Estima-se, até, que zoonoses podem matar 12 vezes mais pessoas até 2050. No entanto, esse estudo publicado na última segunda-feira (25) menciona que, em 64% das vezes, são os humanos que infectam outros animais.
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Para os desdobramentos, o grupo precisou analisar 12 milhões de vírus sequenciados e informações de hospedeiros fornecidas pelo Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia (NCBI).
Desses 12 milhões de genomas virais, os pesquisadores conseguiram identificar quase 3 mil exemplos de vírus que saltam de uma espécie para outra, sendo que:
- 79% desses vírus transitam de um animal para outro;
- 21% envolvem humanos.
Ao observar o passado de 32 famílias virais, os cientistas conseguiram chegar a 3 mil saltos entre espécies. Ao todo, o estudo apresentou 599 saltos envolvendo seres humanos.
O objetivo foi avaliar o monitoramento genômico viral em todo o mundo e identificar padrões na direção do salto do hospedeiro viral entre humanos e organismos vertebrados não humanos. Os autores do estudo ainda avaliaram fatores como a adaptabilidade associada a possíveis saltos desse hospedeiro.
“Os humanos são apenas um nó numa grande e complexa rede de hospedeiros em que os vírus são intercambiados incessantemente, sendo que as zoonoses virais representam provavelmente apenas resultados raros desta rede ecológica mais ampla”, diz a pesquisa.
Doenças antroponóticas
Já conhecemos as doenças zoonóticas, mas o trabalho relembra a importância de alcançar mais conhecimento sobre as doenças antroponóticas — ou seja, que passam de humanos para animais.
Na opinião dos pesquisadores, essas doenças “podem impedir os esforços de conservação da biodiversidade e também podem ter um impacto negativo na segurança alimentar”.
Os eventos antroponóticos também podem “levar ao estabelecimento de reservatórios de animais selvagens que podem propagar novamente infecções na população humana, potencialmente após a aquisição de adaptações específicas dos animais que poderiam aumentar a transmissibilidade ou patogenicidade de um vírus em humanos”, conforme elabora o relatório.
Assim, o grupo defende que descobrir os processos evolutivos mais amplos que envolvem os vírus responsáveis por atingir diferentes espécies pode aumentar a capacidade de prevenir efeitos na saúde dos humanos e dos animais.
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Fonte: Canaltech