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El Niño na Mira: Previsões Indicam Fenômeno mais Forte em 2024 – Saiba Tudo Aqui!

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Imagem de lifeforstock no Freepik

 

O ano de 2024 promete ser ainda mais quente do que o ano anterior, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM). A combinação das mudanças climáticas em curso com a presença do fenômeno El Niño, que aquece as águas do Pacífico, resultará em temperaturas elevadas ao longo do próximo ano.

Os registros de calor intenso em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil, durante 2023 foram apenas o começo do colapso climático. Segundo o novo relatório da OMM, agência da Organização das Nações Unidas (ONU), espera-se que esses eventos extremos se intensifiquem no próximo ano. O El Niño deve persistir até meados de 2024, o que significa que novas ondas de calor podem ocorrer.

O diretor-geral da OMM, Petteri Taalas, assinou o relatório que aponta o aquecimento global como o principal fator por trás do aumento das temperaturas. No entanto, o El Niño também tem impacto significativo na temperatura global, especialmente no ano seguinte à sua formação – neste caso, em 2024.

Devido às altas temperaturas registradas na superfície terrestre e nos oceanos desde junho de 2023, este ano já está a caminho de se tornar o mais quente já registrado. No entanto, as previsões indicam que 2024 será ainda mais quente.

No Brasil, além das ondas de calor e do aumento das temperaturas, o El Niño pode alterar o regime de chuvas. Isso significa que novas secas e estiagens intensas podem ocorrer, principalmente nas regiões Nordeste e Norte, enquanto a região Sul pode enfrentar chuvas acima da média, como já ocorreu este ano. Além disso, incêndios florestais no Cerrado e na Amazônia podem se tornar mais frequentes.

Os efeitos desse fenômeno climático já foram sentidos em 2023. Mais da metade dos municípios brasileiros – um total de 2.797 – foi afetada por eventos climáticos extremos, como tempestades, enchentes e secas. De acordo com a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, 14.541.438 pessoas foram afetadas e foram gastos R$ 1,4 bilhão para conter os danos.

O ano começou com chuvas intensas e inundações no litoral de São Paulo, resultando em 64 mortes e na interdição da Rodovia Rio-Santos. Em junho, ciclones extratropicais atingiram a região Sul do país, deixando 49 mortos e mais de cem municípios afetados, especialmente no Rio Grande do Sul. No mesmo estado, uma forte estiagem levou à situação de emergência em 252 municípios. Na região Norte, 100 municípios enfrentaram escassez hídrica devido à seca histórica.

Aumento preocupante

As previsões indicam que o aumento da temperatura global irá ultrapassar a marca simbólica de 1,5ºC acima da média pré-industrial já em 2024. Em 2023, a média global ficou 1,4ºC acima desse referencial, marcando um ano com ondas de calor e diversos recordes de temperatura. O Acordo de Paris, assinado em 2015, estabelece o compromisso dos países em manter o aumento das temperaturas abaixo de 1,5ºC. Cientistas alertam que um aumento acima dessa marca poderia desencadear uma série de impactos catastróficos para o planeta, potencialmente irreversíveis.

De acordo com a OMM, a marca de 1,5ºC será alcançada pelo menos uma vez nos próximos cinco anos. Embora não seja um aumento permanente, isso representa uma aceleração dos impactos humanos no sistema climático global e coloca a humanidade em território desconhecido, segundo a agência da ONU.

A climatologista Karina Lima, pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ressalta que é difícil fazer previsões precisas. No entanto, ela destaca que devemos nos preparar para os efeitos do El Niño em 2024. Além disso, o aquecimento global é um fator contínuo e preocupante. Em um mundo mais quente, é esperado um aumento na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos.

Diante desse cenário alarmante, é fundamental que governos e sociedade civil intensifiquem os esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adotem medidas de adaptação às mudanças climáticas. O futuro do planeta está em jogo, e ações urgentes são necessárias para evitar impactos cada vez mais graves.