Cientistas brasileiros reencontraram uma espécie rara de morcego chamada Histiotus alienus, que estava há mais de 100 anos fora do mapa. A descoberta da equipe da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi publicada na revista científica ZooKeys.
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Nesse caso mais recente, a captura ocorreu em 2018, pelo projeto “Mamíferos do Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas e do Parque Nacional dos Campos Gerais”. O grupo então conduziu uma comparação que levou à comprovação da espécie.
Em comunicado, a equipe reconhece que pode ser uma espécie que sofreu muito o impacto da devastação da Mata Atlântica, tanto no passado quanto no presente, mas também pode se tratar de uma espécie que só é difícil de ser coletada com técnicas tradicionais.
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O grupo também conclui que a espécie, em nível regional, passa a ser considerada como criticamente ameaçada de extinção no Paraná. Para chegar a essa conclusão, os autores do estudo levaram em consideração o alto grau de fragmentação dos ambientes naturais onde o morcego vive, como os campos nativos e as florestas de araucárias.
O argumento da equipe é que, atualmente, as unidades de conservação que protegem estes ambientes são relativamente pequenas e descontínuas. Na prática, o espaço para o desenvolvimento da espécie acaba restrito.
Morcego Histiotus alienus
O morcego havia sido documentado pela primeira e única vez (até então) em 1916, depois de ser capturado em Joinville, no Norte de Santa Catarina. Assim, teve seu corpo catalogado entre as espécies da biodiversidade da América do Sul no Museu de História Natural de Londres.
Neste estudo atual, os pesquisadores aproveitaram para publicar registros do esqueleto do animal, realizados em sua aparição anterior:
Com o novo estudo, a expectativa é tirar a espécie da lista de “dados insuficientes” da International Union for Conservation of Nature and Natural Resources (IUCN), que mantém um banco de dados sobre espécies ameaçadas de extinção.
Os pesquisadores também mostram outra expectativa: o fato de ter sido encontrada a 400 quilômetros de onde foi coletada pela primeira vez pode significar uma área maior de habitação ampliando sua distribuição geográfica.
Conforme descrevem os pesquisadores, as orelhas em formato de vela são a principal característica do gênero Histiotus. Outra é o corpo coberto por pelos amarronzados. Esses morcegos se alimenta de insetos e habita a América do Sul. Quanto mais dados forem reunidos acerca do animal, melhor, já que atualmente o Brasil coleta amostras de morcegos para impedir futura pandemia.
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Fonte: Canaltech