O uso de interfaces cérebro-máquina está revolucionando a forma como as pessoas usam próteses. É o caso de uma mulher sueca, chamada de Karin, que usa uma bem integrada mão biônica há mais de três anos. O dispositivo está conectado aos sistemas nervoso e esquelético, e conta com uma Inteligência Artificial (IA) capaz de interpretar os seus desejos.
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Após os longos anos de uso, a equipe internacional de pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento da mão biônica — incluindo membros da University of Gothenburg, na Suécia, e da Scuola Superiore Sant’Anna, na Itália — descreveram os desafios relacionados com a tecnologia em artigo na revista Science Robotics.
O que a mão biônica faz?
Hoje, a mulher sueca consegue manobrar a mão biônica com a mente, e pode pegar objetos ou ainda mexer os dedos de forma livre. A estimativa é que a prótese inteligente possa ser usada em 80% das atividades diárias de Karin, algo próximo de substituir o membro perdido em um acidente há mais de 20 anos.
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Outro ponto fundamental que a paciente destaca em sua experiência é o menor desconforto e dor associados com a prótese. “Minhas dores diminuíram e preciso bem menos de medicamentos [analgésicos]”, afirma, em nota.
Experiência com próteses convencionais
Antes de usar a mão biônica, a mulher teve algumas experiências ruins com as próteses convencionais. “Parecia que eu estava constantemente com a mão em um moedor de carne, o que gerava um alto nível de estresse. Precisava tomar altas doses de vários analgésicos”, afirma. Além disso, nos primeiros anos, também havia a dor do membro fantasma perdido — algo que já passou.
Como foi instalada a mão biônica?
Para que a prótese seja fixada diretamente ao esqueleto do usuário, o membro residual foi modificado cirurgicamente e, com isso, se integrou melhor com a mão biônica que usa IA para entender os seus comandos. Em paralelo, o sistema cérebro-máquina é conectado aos nervos e músculos através de uma rede de eletrodos implantados.
Uso de titânio na prótese
No processo de fixação da prótese ao esqueleto, os cirurgiões recorreram a um processo conhecido como osseointegração e ao uso de titânio. Segundo os responsáveis, isso faz com que o tecido ósseo se conecte profundamente com o titânio, criando uma forte conexão mecânica.
“A integração biológica dos implantes de titânio no tecido ósseo cria oportunidades para avançarmos ainda mais no uso de próteses. Ao combinar a osseointegração com cirurgia reconstrutiva, eletrodos implantados e IA, podemos restaurar a função humana de uma forma sem precedentes”, afirma Rickard Brånemark, professor associado da Universidade de Gotemburgo e CEO da Integrum.
Por enquanto, a mão biônica é usada por apenas três pacientes em um projeto conhecido como DeTOP , que conta com financiamento da Comissão Europeia. No futuro, a expectativa é que a prótese inteligente chegue ao mercado.
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Fonte: Canaltech