Com a pandemia do coronavírus SARS-CoV-2, muitas pessoas descobriram que infecções podem ter desdobramentos, como a covid longa e a quase eterna sensação de fadiga ou tosse. Agora, cientistas da Queen Mary University of London (QMUL), no Reino Unido, defendem que, geralmente, os vírus respiratórios têm a capacidade de deixar resquícios, o que foi apelidado como resfriado prolongado. São pelo menos seis sintomas mais recorrentes.
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As descobertas sobre as complicações pouco conhecidas dos resfriados só surgiram a partir de um grande estudo nacional, o Covidence UK, dedicado à investigação das infecções respiratórias. Através desse levantamento, foram selecionadas cerca de 10 mil pacientes com sintomas possivelmente relacionados aos efeitos mais duradouros da covid-19, como tosse, problemas de sono e dificuldade de concentração — no total, já foram rastreados mais de 200 possíveis sintomas.
Só que a equipe da QMUL optou por fazer uma divisão neste grupo de possíveis casos da covid longa: aqueles que de fato tiveram covid-19, confirmada por um teste positivo; os que tiveram alguma infecção respiratória aguda, mas testaram negativo para a covid; e os que não apresentaram nenhum infecção sintomática.
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A descoberta é que outras infecções respiratórias não relacionadas à covid-19, como resfriados, gripes e pneumonias também deixam vestígios e alguns sintomas após quatro semanas do quadro original — e que podem durar por meses até passar. No entanto, nenhum desses casos foi considerado tão grave e nem tão duradouro quanto à covid longa.
6 sintomas do resfriado prolongado
No levantamento publicado na revista científica EClinicalMedicine, os pacientes com outras infecções respiratórias, sem ser a covid-19, apresentaram na maioria das vezes os seguintes sintomas:
- Mudanças na voz;
- Tosse;
- Dor de estômago;
- Diarreia;
- Sudorese incomum;
- Aceleração dos batimentos cardíacos.
Embora o resfriado prolongado e a covid longa compartilhem alguns sintomas em comum, os pacientes que não tiveram covid-19 não relatavam, por exemplo, perda do paladar e/ou do olfato e nem sensações de vertigem.
Mais pesquisas devem ser feitas
“À medida que a investigação sobre a covid longa continua, precisamos de aproveitar a oportunidade para investigar e considerar os efeitos duradouros de outras infecções respiratórias agudas”, explica Giulia Vivaldi, a principal autora do estudo, em nota.
Inclusive, a pesquisadora aponta que “essas infecções ‘longas’ são muito difíceis de diagnosticar e tratar devido à falta de testes de diagnóstico e à existência de inúmeros sintomas possíveis”.
Risco das infecções respiratórias
Apesar do termo resfriado longo ser praticamente uma novidade, antes mesmo da descoberta da covid-19, no final do ano de 2019, os cientistas já tinham identificado a possibilidade dos coronavírus deixarem sequelas, especialmente no pulmão. Isso foi observado durante os surtos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers). Estudos sobre os efeitos da gripe prolongada também foram realizados anteriormente.
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Fonte: Canaltech