Mesmo alguns anos após a ascensão da pandemia de covid-19, a doença ainda se mostra como um enigma a ser decifrado pouco a pouco pela medicina. Em artigo publicado no último sábado (12) na revista científica The Lancet, por exemplo, foi revelado um caso raríssimo de covid longa em que o paciente — um homem de 33 anos, sem identificação — ficou com as pernas roxas.
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Conforme revela o artigo, o paciente britânico foi encaminhado para uma clínica especializada depois de experimentar o sintoma por simplesmente seis meses. O homem relatou à equipe médica do Reino Unido que não conseguia ficar de pé sem sentir as pernas pesadas, com coceira e formigamento. As sensações melhoravam quando ele se deitava. Na ocasião, ele também mencionou episódios de tremedeira.
Esses sintomas sugeriram síndrome de taquicardia postural ortostática, mais conhecida como POTS (do inglês, postural orthostatic tachycardia syndrome), caracterizada por aumento da frequência cardíaca quando a pessoa fica em pé de repente.
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Normalmente, quando uma pessoa se levanta, parte do sangue desce pelo corpo, que compensa isso aumentando ligeiramente a frequência cardíaca e estreitando os vasos sanguíneos, para garantir o fluxo de oxigênio para o coração e o cérebro.
Entretanto, em indivíduos com a síndrome, essas mudanças automáticas não acontecem: o suprimento de sangue para o coração e o cérebro diminui e a frequência cardíaca aumenta para compensar e tentar aumentar o fluxo sanguíneo.
Covid longa e pernas roxas
O paciente teve covid-19 cerca de 18 meses antes de ser atendido pela equipe, bem como uma suspeita de infecção seis meses depois. Após as infecções, ele foi atendido por outra clínica especializada devido a sensação de exaustão, dores musculares, confusão mental e outros sintomas associados à covid longa, o que levou ao diagnóstico.
Segundo o artigo, existem evidências crescentes de uma ligação entre a covid longa e a síndrome de taquicardia postural ortostática, que pode ocorrer após infecções virais.
No que diz respeito às pernas roxas, os pesquisadores descrevem como acrocianose, uma doença arterial periférica funcional que leva a uma descoloração persistente, indolor e azulada, causada por espasmos dos pequenos vasos sanguíneos dentro da pele.
O que é covid longa
Mas o que é covid longa, exatamente? Conforme definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), “a condição pós-covid ocorre em indivíduos com histórico de infecção por SARS CoV-2 provável ou confirmada, geralmente 3 meses após o início da covid-19 sintomática, e que duram pelo menos 2 meses”.
Assim, o consenso é que os sintomas da covid longa podem surgir após um episódio grave de infecção pela covid-19 ou podem persistir desde o início da doença. A própria organização define que os sintomas também podem flutuar ou recair ao longo do tempo.
Sintomas da covid longa
A OMS também já mencionou relatos com mais de 200 sintomas da covid longa que podem ter impacto no funcionamento diário do corpo.
Entre os principais sintomas associados com a covid longa, estão fadiga, falta de ar, tosse, dor no peito, dor de cabeça, névoa mental, queda de cabelo, acidente vascular cerebral (AVC), dores articulares, diabetes, depressão, miocardite, arritmia, desconforto torácico, problemas cognitivos, problemas de sono, alteração no olfato ou paladar, convulsões e epilepsia.
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Fonte: Canaltech