Cientistas da Universidade de Montreal, no Canadá, investigaram se a profissão de uma mulher pode impactar o risco de desenvolver câncer no ovário, após 10 anos ou mais exercendo a mesma atividade. A resposta preliminar é que, sim, algumas profissões aumentam o risco oncológico em até três vezes. São ocupações como cabeleireira e esteticista.
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O estudo sobre o risco de câncer de ovário relacionado a determinadas profissões, publicado na revista Occupational and Environmental Medicine, deve ser lido mais como um alerta do que uma sentença. Os próprios autores destacam que as conclusões devem ser investigadas mais profundamente, já que poucos casos foram considerados — menos de 1,5 mil voluntárias canadenses foram incluídas nas estimativas, sendo que apenas 491 tiveram câncer.
Embora a lista tenha um caráter ainda provisório, é certo que “determinadas ocupações, indústrias e exposições ocupacionais específicas podem estar associadas ao risco de câncer de ovário”, afirmam os autores no artigo.
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Vale apontar que, anteriormente, a ciência já descobriu que ser marceneiro e aspirar frequentemente a poeira de madeira pode aumentar o risco de câncer de pulmão, por exemplo.
Quais profissões são mais associadas ao câncer de ovário
No total, os pesquisadores analisaram alguns tipos de atividade profissional em relação ao risco de câncer de ovário. Para ser qualificada para a pesquisa canadense, a mulher precisava ter trabalhado pelo menos 10 anos em determinada ocupação.
A seguir, confira quais profissões têm maior associação com o risco de câncer de ovário, em ordem decrescente:
- Cabeleireira e esteticista;
- Profissional do ramo da construção civil;
- Contadora e cargos associados com a parte contábil;
- Costureira e Bordadeira;
- Vendedora e assistente de loja.
Sem definir uma causa específica para o câncer de ovário, os pesquisadores identificaram alguns potenciais agentes que estas mulheres estariam expostas ao longo dos anos em seus trabalhos, como:
- Amônia;
- Peróxido de hidrogênio;
- Fibras sintéticas;
- Fibras de poliéster;
- Corantes;
- Formaldeído (formol);
- Etanol e isopropanol;
- Hidrocarbonetos aromáticos;
- Alvejantes.
Limitações da pesquisa sobre o câncer no trabalho
“O maior problema com este estudo é o tamanho da amostra. No total, menos de 500 mulheres com câncer de ovário participaram do estudo. Consequentemente, os resultados não são estatisticamente robustos”, afirma Paul Pharoah, professor do Cedars-Sinai Medical Center, nos Estados Unidos, para o site Science Media Centre (SMC). Pharoah não participou da pesquisa.
“Acredito que não é possível tirar conclusões sólidas sobre exposições ocupacionais a partir dos resultados deste estudo. Em particular, não há evidências fortes que sugiram que cabeleireiras ou contadoras correm maior risco de câncer de ovário, e as mulheres nessas ocupações não devem se preocupar”, acrescenta.
Por outro lado, as conclusões da pesquisa abrem um novo campo de estudo para determinar o quão grave é esta associação e quais agentes estariam relacionados em maior grau com a probabilidade da formação de tumores. Os desdobramentos são importantes, já que inúmeros agentes químicos são conhecidos pelo potencial cancerígeno.
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Fonte: Canaltech
