O aumento na incidência e na intensidade de incêndios florestais vem ganhando destaque com eventos como os ocorridos no Canadá, deixando diversas cidades na América do Norte cobertas de fumaça. As causas destes fenômenos, porém, não estÃo necessariamente nos locais em que eles ocorrem — elas podem estar ligadas a eventos mais distantes, como o derretimento do gelo no Ártico.
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A Terra é um grande ecossistema onde tudo, em uma determinada escala, está interligado. Com as nuvens de fumaça de Quebec alcançando a Europa e transformando dia em noite em Nova York, já é possível ter uma dimensão de como os fenômenos se propagam pela Terra. Mas, no caso destes incêndios, especialistas dizem que as causas podem ser traçadas a uma distância ainda maior: até o extremo norte do globo.
Um artigo publicado ainda em 2021, na revista científica Nature Communications, já descrevia como o derretimento do gelo marinho no Círculo Polar Ártico já estava relacionado ao aumento de incêndios florestais na costa oeste dos Estados Unidos. Na ocasião, os autores do estudo descrevem como as teleconexões climáticas — padrões atmosféricos de longo alcance — criaram condições favoráveis para queimadas mais fortes.
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A diminuição da cobertura de gelo marinho no polo aumenta o fluxo de calor na atmosfera, o que faz com que as massas de ar que circulam o Ártico se desloquem e criem um déficit de umidade no oeste americano, facilitando a ocorrência dos incêndios. O problema é exacerbado quando se considera o fato de que o Ártico é uma das regiões que está se aquecendo mais rapidamente no mundo — a uma taxa de até quatro vezes a média global.
Enquanto o Ártico esquenta, o permafrost — camada do solo constantemente congelada — se derrete, liberando mais gases de efeito estufa que vão intensificar ainda mais as mudanças climáticas. Além disso, o gelo marinho no polo vai tendo cada vez mais dificuldade em se manter ou se regenerar — estimativas recentes apontam que o Ártico possa passar, pela primeira vez, um mês totalmente ausente de gelo já na próxima década.
Outro fator climático apontado como intensificador dos incêndios florestais no artigo de 2021 foi a ocorrência do fenômeno El Niño. Esse aquecimento periódico das águas do Oceano Pacífico está ativo novamente, com sua chegada oficializada por agências climáticas na última quinta-feira (08).
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Fonte: Canaltech