Uma mulher de 38 anos que passou por um transplante cardíaco há quase duas décadas viu seu próprio coração em exposição no Museu Hunterian de Londres, onde são exibidos itens relacionados à ciência da cirurgia ao longo das eras. O encontro não foi acidental, e a paciente espera que o evento possa incentivar a doação de órgãos, descrita por ela como “o maior presente possível”.
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A britânica em questão, chamada Jennifer Sutton, descobriu ter problemas cardíacos na juventude, quando notou uma dificuldade em realizar atividade física moderada, como andar em subidas e fazer corridas longas. Ela era estudante de graduação à época. O diagnóstico foi de cardiomiopatia restritiva, condição que limita a capacidade do coração de bombear sangue pelo corpo, e os médicos a informaram de que ela não sobreviveria sem um transplante.
This might be one of the strangest reunions you’ll read about.
Jennifer has come face-to-face with her heart, which was removed in a transplant operation 16 years ago.
It’s part of a display at @HunterianLondon about advances in medical science. https://t.co/ad4e7ypWPO
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Novo coração, nova vida
Enquanto esperava por um órgão compatível, Jennifer via a saúde piorar rapidamente. Aos 22 anos, então, em junho de 2007, um doador compatível foi localizado — mesmo assim, a paciente estava temerosa, já que sua mãe havia falecido após passar pela mesma cirurgia, quando a menina tinha apenas 13 anos.
Quando acordou após o transplante, que foi feito no Hospital Royal Papworth, na Inglaterra, ela disse: “Oh, caramba, eu sou mesmo uma nova pessoa”. Desde então, a paciente deu à Faculdade Real de Cirurgiões da Inglaterra (Royal College of Surgeons of England) a permissão para utilizar seu antigo coração como artigo de exibição, estando atualmente disponível ao público.
O Dr. Stephen Large, cirurgião responsável pelo procedimento, comentou que a taxa de sobrevivência para um transplante de coração após um ano era de cerca de 93%, e que a recuperação de Jennifer foi “espetacular”. “Ela ficou incrivelmente bem e sem a rejeição que ⅓ dos pacientes enfrenta, e ainda sem qualquer efeito colateral”, completa o médico.
A paciente deixou claro que quer fazer tudo o que puder para encorajar a doação de órgãos, apontando que eventos significativos de sua vida, como seu casamento, não teriam sido possíveis sem a cirurgia. Ela comenta ter vivido 16 anos fantásticos desde então, impossíveis de terem ocorrido sem a doação.
Jennifer se considera incrivelmente ocupada, ativa e deixando o coração o mais saudável possível, buscando viver pelo maior período de tempo que conseguir. Ela encoraja a todos para que aproveitem a vida ao máximo, deixando de lado planos para o futuro — para realizá-los hoje mesmo.
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Fonte: Canaltech