Sustentabilidade & Meio Ambiente

ONU afirma ser possível cortar poluição plástica em 80% até 2040

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ONU afirma ser possível cortar poluição plástica em 80% até 2040 - 1

Um novo relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (United Nations Environment Programme – UNEP) mostra que é possível que o mundo tenha sua poluição plástica 80% reduzida até o ano de 2040. A agência da ONU afirma que mudanças drásticas são necessárias no período, mas elas são factíveis e financeiramente viáveis.

Os plásticos representam hoje um crescente problema ambiental, estando presentes em praticamente todos os lugares do mundo — do fundo do oceano aos picos das montanhas mais altas da Terra, passando pela água que bebemos e pelo ar que respiramos. Reverter essa situação, porém, não é impossível como pode parecer. Na verdade, em menos de 20 anos, seria plausível reduzir a poluição plástica a um quinto do nível atual, indica o UNEP.

Um acordo internacional com implicações legais para que os países o cumpram está sendo discutido para eliminar a poluição plástica global (Imagem: Justin Dolske/Wikimedia Commons)
Um acordo internacional com implicações legais para que os países o cumpram está sendo discutido para eliminar a poluição plástica global (Imagem: Justin Dolske/Wikimedia Commons)

Para isso, o primeiro passo seria eliminar totalmente o uso de plásticos desnecessários — embalagens excessivas, por exemplo. Em seguida, aumentar o reúso, como com garrafas reaproveitáveis ao invés de descartáveis. O aumento da reciclagem e o desenvolvimento de alternativas verdes também são essenciais para a meta.


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O relatório estima que estas mudanças seriam capazes de diminuir as 227 milhões de toneladas de plástico descartadas anualmente em 2040 para apenas 40 milhões. E, além do benefício para o planeta, as ações seriam revertidas em ganhos econômicos: trilhões de dólares que seriam gastos na saúde e na remediação ambiental seriam poupados.

Este estudo surge em um cenário em que se discute um acordo internacional com implicações legais para que os países enfrentem a poluição plástica. O cenário otimista que é fornecido pode facilitar as negociações. “O relatório demonstra que a transformação iria fornecer ganhos econômicos e sociais. Governos e organizações iriam poupar dinheiro e centenas de milhares de novos empregos seriam criados,” afirma Inger Andersen, diretora-executiva do UNEP.

Microplásticos já foram encontrados em fossas oceânicas e no leite materno (Imagem: davidpereiras/envato)
Microplásticos já foram encontrados em fossas oceânicas e no leite materno (Imagem: davidpereiras/envato)

Inger explica que “o relatório estabelece um roteiro para reduzir drasticamente os riscos [à saúde humana e ao meio ambiente] por adotar uma abordagem circular que mantém os plásticos fora dos ecossistemas e dos nossos corpos.”

Dentre as políticas a serem adotadas para atingir os objetivos do relatório, estão a taxação da produção de plástico virgem e a remoção de subsídios de combustíveis fósseis, medidas que tornariam a reciclagem mais atrativa financeiramente. Além disso, os produtos deverão ter mais instruções em suas embalagens para que seu descarte correto seja feito, facilitando o reaproveitamento da matéria-prima.

Andersen afirma estar otimista que a comunidade internacional chegue a um acordo em 2024. “[Eliminar a poluição plástica] é algo que as pessoas querem, pois isso é um problema em qualquer lugar. Nós ainda precisaremos do plástico, mas precisamos repensar onde e como estamos o usando.”

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Fonte: Canaltech