Um novo relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (United Nations Environment Programme – UNEP) mostra que é possível que o mundo tenha sua poluição plástica 80% reduzida até o ano de 2040. A agência da ONU afirma que mudanças drásticas são necessárias no período, mas elas são factíveis e financeiramente viáveis.
- Pesquisa detecta microplásticos em sangue humano pela primeira vez
- Rochas formadas por plástico são descobertas em ilha no Espírito Santo
Os plásticos representam hoje um crescente problema ambiental, estando presentes em praticamente todos os lugares do mundo — do fundo do oceano aos picos das montanhas mais altas da Terra, passando pela água que bebemos e pelo ar que respiramos. Reverter essa situação, porém, não é impossível como pode parecer. Na verdade, em menos de 20 anos, seria plausível reduzir a poluição plástica a um quinto do nível atual, indica o UNEP.
Para isso, o primeiro passo seria eliminar totalmente o uso de plásticos desnecessários — embalagens excessivas, por exemplo. Em seguida, aumentar o reúso, como com garrafas reaproveitáveis ao invés de descartáveis. O aumento da reciclagem e o desenvolvimento de alternativas verdes também são essenciais para a meta.
–
Podcast Canaltech: de segunda a sexta-feira, você escuta as principais manchetes e comentários sobre os acontecimentos tecnológicos no Brasil e no mundo. Links aqui: https://canaltech.com.br/360/
–
O relatório estima que estas mudanças seriam capazes de diminuir as 227 milhões de toneladas de plástico descartadas anualmente em 2040 para apenas 40 milhões. E, além do benefício para o planeta, as ações seriam revertidas em ganhos econômicos: trilhões de dólares que seriam gastos na saúde e na remediação ambiental seriam poupados.
Este estudo surge em um cenário em que se discute um acordo internacional com implicações legais para que os países enfrentem a poluição plástica. O cenário otimista que é fornecido pode facilitar as negociações. “O relatório demonstra que a transformação iria fornecer ganhos econômicos e sociais. Governos e organizações iriam poupar dinheiro e centenas de milhares de novos empregos seriam criados,” afirma Inger Andersen, diretora-executiva do UNEP.
Inger explica que “o relatório estabelece um roteiro para reduzir drasticamente os riscos [à saúde humana e ao meio ambiente] por adotar uma abordagem circular que mantém os plásticos fora dos ecossistemas e dos nossos corpos.”
Dentre as políticas a serem adotadas para atingir os objetivos do relatório, estão a taxação da produção de plástico virgem e a remoção de subsídios de combustíveis fósseis, medidas que tornariam a reciclagem mais atrativa financeiramente. Além disso, os produtos deverão ter mais instruções em suas embalagens para que seu descarte correto seja feito, facilitando o reaproveitamento da matéria-prima.
Andersen afirma estar otimista que a comunidade internacional chegue a um acordo em 2024. “[Eliminar a poluição plástica] é algo que as pessoas querem, pois isso é um problema em qualquer lugar. Nós ainda precisaremos do plástico, mas precisamos repensar onde e como estamos o usando.”
Trending no Canaltech:
- 10 coisas que o Google Bard faz melhor que o ChatGPT
- Paciente teria usado plug anal em ressonância magnética e resultado é assustador
- É FALSO que a Terra ficará “muito mais distante” do Sol! Entenda o que é afélio
- Brasileiros já são alvo de golpe com clonagem de voz por IA; proteja-se
- Surpresa! A Via Láctea pode ser diferente do que pensávamos
- Conheça a terra preta da Amazônia que pode ajudar a restaurar o bioma
Fonte: Canaltech