A ingestão de microplásticos já tem se mostrado uma verdadeira preocupação para a comunidade científica. No entanto, em um estudo publicado no periódico Journal of Hazardous Materials, cientistas revelam que a situação pode ser mais grave do que se pensa, levando à inflamação do trato digestivo e danos aos tecidos.
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O estudo faz alerta para níveis significativos de partículas microscópicas de plástico descobertas em muitos órgãos humanos: cerca de 5 gramas de microplásticos por semana, por conta de alimentos e bebidas, além da inalação de ar poluído.
Outro alerta é essa nova doença identificada em aves marinhas. Os pesquisadores apelidaram de plasticose, e além de danificar os tecidos, faz com que eles fiquem marcados e deformados. As aves afetadas também se tornam mais vulneráveis a infecções e parasitas, enquanto perdem parte da capacidade de digerir alimentos e absorver vitaminas.
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Segundo os especialistas, um fator alarmante é que os microplásticos entram nas células e interferem no núcleo das células, o que levanta preocupações sobre possíveis danos ao DNA.
Faz mal comer plástico?
Quanto a plasticose, os cientistaas descobriram que o proventrículo (a primeira parte do estômago das aves) tinha cicatrizes generalizadas, e as aves que ingeriram mais plástico tiveram mais cicatrizes.
O estudo também identificou partículas de plástico no mecônio, as primeiras fezes do bebê, o que significa que as partículas podem atravessar a placenta e chegar ao feto. “Nossos mares, rios e campos já estão atormentados pela poluição plástica. A pesquisa mostra como os humanos e a vida selvagem consomem microplásticos comendo, bebendo e respirando”, concluem os autores.
No ano passado, cientistas também identificaram microplásticos na placenta e em recém-nascidos. Na época, o grupo ressaltou que “é bem possível que as crianças estejam mais expostas aos microplásticos do que os adultos, semelhante à maior exposição das crianças a muitos outros produtos químicos tóxicos ambientais.”
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Fonte: Canaltech