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Este fungo pode alimentar milhões e mitigar as mudanças climáticas

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Este fungo pode alimentar milhões e mitigar as mudanças climáticas - 1

Algo aparentemente simples, como cultivar cogumelos comestíveis em florestas, pode ser uma estratégia eficaz para alimentar mais de 19 milhões de pessoas por ano e ainda reduzir o avanço das mudanças climáticas — já que o plantio sequestra o carbono da atmosfera. Esta é a conclusão de um novo estudo desenvolvido por cientistas da Universidade de Stirling, na Escócia.

Pela ótica dos especialistas, a estratégia de cultivar cogumelos comestíveis ao lado de árvores, em absoluta simbiose, é uma das iniciativas que pode manter o mundo habitável para todos no futuro. Novos projetos, como este, são fundamentais considerando o último relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado na segunda-feira (21), que reforça a emergência de ações coletivas em prol da preservação do planeta.

Por que plantar cogumelos?

É no mínimo curioso pensar no porquê o cogumelo, um fungo tão simples, pode representar parte da solução para um problema tão complexo, as mudanças climáticas. Segundo os autores, a resposta está no sequestro de carbono e na possibilidade de manter as florestas nativas em pé.


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“Todas as outras grandes categorias de alimentos levam a uma emissão de gases de efeito estufa durante a produção”, afirma Paul Thomas, professor da universidade e um dos autores do estudo, em comunicado. “Quando comparamos o cogumelo com outros grandes grupos de alimentos, este é o único que resultaria em tais benefícios”, reforça.

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Cultivo em larga escala de fungos comestíveis nas florestas pode mitigar efeitos das mudanças climáticas e alimentar milhões de pessoas (Imagem: George Lindemann/Unsplash)

Conforme descreve o estudo, publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), uma das possíveis espécies de cogumelos cultiváveis é a Lactarius indigo, com o aspecto azulado, ou ainda a Lactarius deliciosus.

Impactos da plantação de cogumelos em florestas para o mundo

Hoje, um dos problemas centrais no cultivo de gêneros alimentícios e da agropecuária, como a plantação de soja, é o desmatamento de áreas verdes. Por ano, o avanço da produção comercial provoca a destruição de 4,7 milhões de hectares, em todo o mundo. A perspectiva é que este número tenda a crescer nos próximos anos.

Produção de alimentos em números

Na análise, os pesquisadores concluíram que o cultivo de fungos ectomicorrízicos (EMF) comestíveis em florestas pode sequestrar até 12,8 toneladas de carbono por hectare anualmente. Além disso, essa atividade geraria renda para as comunidades locais e seria suficiente para alimentar 19 milhões de pessoas por ano.

“É um grande benefício, o que significa que, ao produzir este alimento, podemos ajudar ativamente a mitigar as mudanças climáticas”, pontua Thomas. Somente na China, a estratégia poderia alimentar 4,6 milhões de pessoas anualmente, se for colocada em prática, acrescenta.

A ideia para mitigar os efeitos das mudanças climáticas é viável?

Ponto fundamental defendido pela pesquisa é que esta é uma ideia viável. “O sistema de produção de alimentos [desenhado] é altamente escalável, realista e uma rota potencialmente poderosa para sequestrar gases de efeito estufa. Isso ajudaria com a biodiversidade e a conservação globalmente, desencadeando o desenvolvimento socioeconômico rural e fornecendo um incentivo para aumentar as taxas de plantio de árvores com todos os benefícios associados que isso traz”, completa Thomas.

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Fonte: Canaltech