O primeiro estudo global sobre a poluição atmosférica diária por material particulado fino revelou que não há lugar seguro no planeta. Apenas 0,18% da superfície em terra firme, com somente 0,001% da população, estão dentro dos níveis recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
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O material particulado fino (MP2,5) consiste em pequenas partículas de até 2,5 micrômetros. Se enquadram nesta faixa qualquer material sólido ou líquido suspenso no ar, como a fumaça e poeira proveniente de veículos, indústrias, queimadas ou mesmo de processos naturais, como a erupção de vulcões. O MP2,5 é o maior fator de risco ambiental relacionado à poluição atmosférica, associado a doenças respiratórias, cardiovasculares e neurológicas.
A pesquisa, realizada por pesquisadores da Austrália, mostrou que mais de 70% dos dias no mundo apresentam valores acima do que é considerado seguro. As análises regionais, porém, mostram que a Europa e a América do Norte viram a quantidade de material particulado diminuir nas últimas duas décadas, enquanto nas regiões de Ásia, Oceania, América Latina e Caribe ela subiu.
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A ausência de estações globais para monitoramento da qualidade do ar dificultam este tipo de análise, mas os cientistas, liderados pelo professor Yuming Guo, da Universidade de Monash, adaptaram seus métodos. A equipe usou dados de estações de monitoramento locais combinados com observações de satélites e técnicas de aprendizagem de máquina na pesquisa.
Guo afirma que o estudo foi capaz de “integrar múltiplas informações meteorológicas e geológicas para estimar o nível diário de MP2,5 a nível da superfície em alta resolução espacial.” A pesquisa focou em áreas com concentração maior que 15 microgramas por metro cúbico (µg/m3), o limite considerado seguro pela OMS.
O resultado é que quase nenhum lugar na Terra está ileso deste tipo de poluição, ainda que algumas regiões tenham mais dias fora do limite seguro do que outras. De acordo com os dados, os locais com maiores níveis de material particulado fino no mundo são o leste (50.0 µg/m3) e o sul da Ásia (37.2 µg/m3). Austrália e Nova Zelândia estão no extremo oposto, com 8.5 μg/m3. A América do Sul chegou a 15.6 μg/m3.
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Fonte: Canaltech