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Pessoas passam 1/6 de suas vidas buscando melhorar a aparência

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Pessoas passam 1/6 de suas vidas buscando melhorar a aparência - 1

Ninguém duvida que o autocuidado é uma hábito diário na vida da maioria das pessoas, mas quanto tempo é gasto em atividades que “melhoram” a própria beleza? Para responder a esta pergunta, uma equipe internacional de cientistas entrevistou mais de 93 mil pessoas, vindas de 93 países, e descobriu que o tempo investido, em média, é de 4 horas por dia. É como se passássemos um sexto de nossas vidas cuidando da aparência.

Publicado na revista científica Evolution and Human Behavior, o estudo sobre a aparência descobriu que este comportamento é comum independentemente do gênero e que as preocupações envolvendo a beleza afetam tanto os jovens quanto os mais velhos.

As descobertas do estudo indicam que a preocupação com a beleza é algo comum e universal, independentemente da cultura em que se está inserido. Para dimensionar o hábito, “99% dos participantes relataram gastar mais de 10 minutos por dia em comportamentos que melhoram a beleza”, afirmam os autores — o que pode oscilar bruscamente é a quantidade de tempo investido.


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Como as pessoas buscam melhorar a aparência?

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Pessoas passam 4 horas por dia cuidando da beleza, segundo estudo internacioanl (Imagem: Prostock-studio/Envato)

É importante entender que os cuidados com a aparência não estão necessariamente associados com o uso de produtos de beleza, como cremes diários, maquiagens ou água micelar para limpeza dos poros. Na verdade, é enquadrado como parte deste hábito qualquer atividade ou comportamento feito com a finalidade de aprimorar a beleza de um indivíduo.

Nessa classificação bastante abrangente, entram hábitos básicos de higiene corporal, como escovar os dentes e até tomar banho, além da prática de exercícios físicos (musculação, corrida e outras atividades) e a adoção de dietas adotadas com o objetivo de melhorar a aparência. Foram desconsiderados os comportamentos que visavam apenas e exclusivamente a melhora da saúde.

O que incentiva as pessoas a se preocuparem mais com a beleza?

Segundo os autores do estudo, o uso das redes sociais parece ser o preditor mais forte de comportamentos que aumentam o tempo investido no autocuidado, o que também pode ser associado com aspectos negativos. Por exemplo, aqueles usuários que buscam padrões de beleza utópicos e irreais ou que estão mais preocupados com likes são os que mais passam tempo cultivando a aparência.

Descoberta interessante é que pessoas que começaram recentemente algum tipo de relacionamento amoroso passam muito mais tempo cuidando da aparência do que aqueles indivíduos que são casados ​​ou que namoram há algum tempo. Embora esta seja uma percepção até que comum, foi oficialmente comprovada.

Hipóteses que justificam tanto tempo “gasto” com beleza

Além de calcular o tempo médio gasto na promoção da beleza, os autores também propõem algumas hipóteses que justifiquem a importância desse hábito praticamente universal na espécie humana. A primeira delas está relacionada com a procriação, já que indivíduos fisicamente mais atraentes têm mais chances de serem correspondidos romanticamente. De forma subjetiva, uma boa aparência pode ser lida como boa genética e maior chance de uma prole saudável.

Outra hipótese que pode justificar a preocupação estética é desvincular a imagem pessoal de qualquer patógeno, como vírus, bactérias e fungos, algo mais comum em regiões com doenças endêmicas para hanseníase ou leishmaniose, por exemplo.

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Uso de redes sociais intensifica as preocupações com a beleza e as horas gastas paras melhorar a aparência (Imagem: Arthurhidden/Envato)

Além disso, “características socioculturais, como desigualdade de gênero ou atitudes individuais versus coletivas, e a influência da mídia de massa ou uso de mídia social também podem impactar o quanto de tempo as pessoas investem em sua aparência”, completam os pesquisadores.

Vale observar que, entre a equipe de cientistas do estudo, estiveram membros da National Research University Higher School of Economics (HSE University), na Rússia, da Universidad de Concepción, no Chile, e da University of Palermo, na Itália.

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Fonte: Canaltech