Um relatório da ONG ambientalista Environmental Working Group (EWG) apontou a descoberta de PFAS — per e polifluoroalquil, substâncias conhecidas como químicos eternos — em animais em todos os continentes do mundo, exceto na Antártida. De pandas vermelhos na China a caranguejos nos manguezais da Bahia, além do alcance global, os PFAS atingem também uma ampla gama de espécies.
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As milhares de substâncias que estão na classe dos PFAS estão presentes no nosso dia a dia em produtos como tecidos, embalagens, panelas antiaderentes, cosméticos e muitos outros. Na indústria desde a década de 40, estes químicos apresentam, apesar de sua utilidade, um sério problema ambiental. Eles são extremamente resistentes à degradação, o que lhes rendeu o apelido de químicos eternos, e estão sendo encontrados em humanos e outros animais.
Com o objetivo de avaliar o quanto os seres vivos estão sendo expostos a estas substâncias, a ONG reuniu dados de 125 artigos científicos dos últimos cinco anos. A diversidade de aplicações e sua difusão ao redor de todo o mundo, fez com que os PFAS só não fossem reportados, até o momento, em animais na Antártida.
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A EWG disponibilizou o resultado de seu levantamento através de um mapa interativo que identifica onde foi realizado o estudo e quais espécies foram analisadas. É possível ver de anfíbios na China a lontras nos Estados Unidos, passando por pássaros na Austrália, renas na Suécia e crocodilos na África do Sul.
Os efeitos na saúde humana e nos animais
Embora vários estudos já tenham se dedicado a encontrar os PFAS em outros animais, os possíveis danos causados a eles ainda não são conhecidos. Em seres humanos, por outro lado, pesquisas já encontraram ligação entre a exposição a estes químicos com doenças na tireóide, problemas no fígado, alto colesterol, baixa resposta imunológica, baixa fertilidade e alguns tipos de câncer.
A baixa imunidade já foi sugerida em um estudo sobre jacarés na Carolina do Norte, Estados Unidos, indicando que os efeitos podem ser parecidos. Um fator que é especialmente preocupante é que as substâncias são bioacumuladoras — elas passam, na cadeia alimentar, de um animal para outro que se alimenta dele. Se estes jacarés estão se alimentando de peixes contaminados, estes químicos são, cada vez mais, absorvidos por eles.
Autoridades em todo o planeta têm se mobilizado para diminuir o uso dos PFAS, mas uma eliminação total destas substâncias não está em um horizonte tão próximo. David Andrews, cientista da EWG, afirma que “serão necessárias ações regulatórias para mover todo o mercado para longe da dependência destes químicos.”
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Fonte: Canaltech