O CEO da OpenAI Sam Altman acredita que o mundo pode receber em breve uma inteligência artificial “potencialmente assustadora”. Em razão disso, o executivo aposta na necessidade de regulamentação das IA para que estas não tragam problemas a nível mundial.
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A previsão nada animadora foi postada em uma sequência de tuítes no perfil oficial de Altman. O dono da empresa criadora do ChatGPT comparou o atual momento de introdução de IAs na sociedade como a época do “mundo pré-smartphone para o pós-smartphone”.
these tools will help us be more productive (can’t wait to spend less time doing email!), healthier (AI medical advisors for people who can’t afford care), smarter (students using ChatGPT to learn), and more entertained (AI memes lolol).
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–— Sam Altman (@sama) February 19, 2023
Ele acredita na necessidade de tempo para a adaptação a algo tão grandioso quanto as inteligências executadoras de tarefas rotineiras. Isso vale tanto para as pessoas quanto para as instituições, incluindo os órgãos reguladores e autoridades.
“Embora as ferramentas de IA da geração atual não sejam muito assustadoras, acho que não estamos tão longe de algo potencialmente assustador”, tuitou o executivo.
there will be more challenges like bias (we don’t want ChatGPT to be pro or against any politics by default, but if you want either then it should be for you; working on this now) and people coming away unsettled from talking to a chatbot, even if they know what’s really going on
— Sam Altman (@sama) February 19, 2023
Regulamentação de IAs
Esta não é a primeira vez que Altman defende um olhar mais rígido de controle sobre inteligências artificiais. Em 2015, muito antes do ChatGPT e do DALL-E, ele já falava sobre a importância de regras para a criação de ferramentas de aprendizado profundo e redes neurais.
we also need enough time for our institutions to figure out what to do. regulation will be critical and will take time to figure out; although current-generation AI tools aren’t very scary, i think we are potentially not that far away from potentially scary ones.
— Sam Altman (@sama) February 19, 2023
A argumentação não tem nada a ver com revolução das máquinas, como muito se fala por aí, mas sim com o uso irregular das ferramentas para práticas criminosas. Para Altman, a regulamentação retardaria os bandidos e aceleraria os “mocinhos”, justamente porque criaria bloqueios para a utilização.
A fala do fundador da OpenAI parece reforçar o que o Diretor Financeiro da companhia, Mira Murati, disse em uma entrevista recente para a revista Time. Na ocasião, o CTO pediu a regulamentação do ChatGPT para evitar o mal uso. Um dos cofundadores da OpenAI, Elon Musk também acredita no uso indevido do imenso potencial da IA.
“Acho que precisamos regular a segurança da IA, francamente. Acho que é realmente um risco maior para a sociedade do que carros, aviões ou remédios”, disse Musk em conversa com a rede CNBC.
IAs de conversa sob os holofotes
Existe um certo ceticismo das pessoas nas conversas com chatbots de conversas humanizadas, como o ChatGPT e rivais, mesmo que as pessoas conheçam o funcionamento. O problema é que os modelos de IAs podem evoluir para algo não previsto originalmente, como ocorreu com o Bing e suas respostas estranhas, que iam de um tom sarcástico até algumas demonstrações emocionais.
Na ocasião, a Microsoft explicou que a desregulação é fruto das conversas longas, com mais 15 interações, as quais “cansam” a ferramenta. A tendência do Bing foi dar respostas incompletas, curtas, emocionadas ou incorretas. Enquanto não cria um botão de limpar conversas, a empresa decidiu limitar a cinco perguntas o máximo de interações por sessão — após isso, é preciso iniciar um novo chat.
Recentemente, Altman disse que sua criação é algo “legal”, mas um “produto horrível”. A declaração está relacionada às falhas do produto, como respostas erradas, e às constantes instabilidades do site, que limita o acesso para evitar sobrecarga dos servidores.
O maior temor parece ser na desvirtuação do algoritmo das plataformas, mesmo com o trabalho de desenvolvedores e revisores humanos de barrar interações indevidas. A verdade é que nunca se sabe como uma tecnologia inteligente poderia evoluir, ainda que possua amarras ou botões de pânico. Por enquanto, resta saber como as autoridades dos Estados Unidos, país-sede da OpenAI, vai lidar com as IAs, porque a decisão pode ser um parâmetro para o restante do mundo.
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Fonte: Canaltech