A ZeroAvia, startup britânica que desenvolve soluções em motores limpos, acaba de realizar um ato histórico na aviação mundial. Um Dornier 228 recebeu um propulsor abastecido com hidrogênio e realizou um voo de teste de 10 minutos em completa segurança, se tornando a maior aeronave no mundo a efetuar esse procedimento com o combustível.
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Para esse exercício, a ZeroAvia modificou apenas um dos dois motores do Dornier. O motor direito era o turboélice convencional abastecido com querosene, enquanto o outro era um propulsor elétrico, com bateria e célula de combustível recheada de hidrogênio.
Com financiamento misto entre capital privado e o governo britânico, o projeto HyFlyer II tem nessa primeira fase o desenvolvimento de motores a hidrogênio que consigam sustentar uma aeronave de até 19 passageiros, como é o caso do alemão Dornier 228. Mas os planos da ZeroAvia são ainda mais ambiciosos.
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A ideia da empresa é de evoluir o projeto e desenvolver motores até chegar a aeronaves de 90 lugares. Na próxima década, a expectativa é de que os trabalhos estejam tão avançados, que aviões narrow body, ou seja, aeronaves comerciais com corredores únicos, como o Airbus A320 ou o Boeing 737 possam receber motores e hidrogênio da empresa. Nesse caso, estamos falando de modelos capazes de levar 200 passageiros.
“Este é um momento importante, não apenas para a ZeroAvia, mas para a indústria da aviação como um todo, pois mostra que o voo comercial emissão zero verdadeiro está a apenas alguns anos de distância. O primeiro voo de nossa aeronave de 19 lugares mostra o quão escalável é nossa tecnologia e destaca o rápido progresso da propulsão emissão zero. Este é apenas o começo – estamos construindo o futuro da aviação sustentável e com impacto zero no clima”, disse Val Miftakhov, CEO e cofundador da ZeroAvia.

Como funciona o motor a hidrogênio da ZeroAvia?
A aeronave bimotor foi adaptada para incorporar o motor hidrogênio-elétrico da ZeroAvia na asa esquerda, que então operava ao lado de um único motor padrão Honeywell TPE-331 na asa direita. Com essa configuração de teste, o powertrain hidrogênio-elétrico abriga dois tanques de células de combustível, com as baterias de íon-lítio fornecendo suporte de pico de potência durante a decolagem, adicionando redundância adicional para testes seguros.
Nessa configuração de teste, tanques de hidrogênio e sistemas de geração de energia com células de combustível foram alojados dentro da cabine, sendo assim, a empresa precisou remover os assentos somente para esse exercício.
Quando será o lançamento comercial?
A ZeroAvia tem a expectativa de iniciar as vendas dos motores para aeronaves de até 19 passageiros a partir de 2025.
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Fonte: Canaltech