Provocada por superbactérias, a resistência aos antibióticos está entre as principais causas de morte no mundo. Até então, o consenso era de que este tipo de bactéria infectava o paciente quando ele era hospitalizado. No entanto, cientistas norte-americanos sugerem que, em alguns casos, o agente infeccioso já vivia dentro do indivíduo, mas foi apenas “acordado” durante a internação hospitalar. Em outras palavras, pode não ser exclusivamente um problema de falta de higienização.
- Resistência antimicrobiana já está entre as principais causas de morte no mundo
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Publicado na revista Science Translational Medicine, o estudo sobre a origem das superbactérias foi desenvolvido por cientistas da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. A hipótese foi confirmada em experimentos com roedores e, agora, deve ser investigada em humanos.
Qual é a origem das superbactérias contraídas no hospital?
Para entender de onde se originam as superbactérias “comuns” em alguns pacientes hospitalizados, os pesquisadores realizaram cirurgias em roedores, simulando o ambiente hospitalar. Inicialmente, nenhuma das cobaias apresentava algum tipo de infecção conhecida na bexiga, só que as coisas mudavam para algumas delas quando passavam pelo procedimento, mesmo que todos os equipamentos estivessem esterilizados.
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Segundo os autores, alguns roedores desenvolveram infecções do trato urinário após a operação. Em especial, os cientistas identificaram a presença da superbactéria Acinetobacter baumannii (A. baumannii), conhecida por ser resistente aos antibióticos existentes e, por isso, ser altamente letal.
“A bactéria deveria estar lá o tempo todo, escondida dentro das células da bexiga até que o cateter fosse introduzido”, sugere Scott J. Hultgren, professor de microbiologia e um dos autores do estudo, em comunicado. “O cateterismo [a cirurgia] induz a inflamação, e a inflamação faz com que o reservatório [da bactéria] seja ativado e a infecção floresça”, acrescenta.
Dá para evitar o despertar das bactérias resistentes aos antibióticos?
Desdobrando a descoberta para os humanos, vale explicar que, em pessoas saudáveis, a A. baumannii raramente causa sintomas. Inclusive, alguns indivíduos podem carregar a bactéria sem nunca saber, mas, em casos de cirurgias, isso pode ser uma grande risco, segundo o experimento.
“Este estudo mostra que os próprios pacientes podem estar involuntariamente carregando a bactéria para o hospital, e isso tem implicações no controle da infecção”, pontua Mario Feldman, outro autor da pesquisa.
“Se alguém tem uma cirurgia planejada e vai passar por um cateterismo, podemos tentar determinar se o paciente é portador da bactéria e curar essa pessoa antes da cirurgia. Idealmente, isso reduziria as chances de desenvolver uma dessas infecções com risco de vida”, completa.
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Fonte: Canaltech