Passados mais de três anos da descoberta do vírus da covid-19, é normal se questionar quando o coronavírus será, de fato, controlado e quando as novas variantes vão parar de surgir. Infelizmente, a resposta é: muito provavelmente, nunca. Por outro lado, a ideia é que a doença se torne endêmica e, cada vez mais, cause problemas controláveis, com baixa letalidade.
- O que é uma variante, quando se trata de um vírus?
- Reforço da vacina da covid deve ser semestral ou anual, recomenda estudo da Yale
Diante do atual cenário, a Organização Mundial da Saúde (OMS) planeja discutir, no final do mês, a possibilidade de finalmente declarar o fim da pandemia da covid-19 — sim, o mundo ainda enfrenta uma pandemia, embora a maioria das medidas para evitar o contágio tenham sido abandonadas.
Quando vão parar de surgir novas variantes do coronavírus?
Como adiantamentos, infelizmente, não há uma previsão para o fim do surgimento de novas variantes do vírus da covid-19. “Faz parte do processo natural de evolução do SARS-CoV-2 adquirir novas mutações para se adaptar à população”, explica Paola Resende, pesquisadora do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e uma das curadoras da plataforma Gisaid — o principal banco de dados genéticos do coronavírus no mundo.
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Apesar disso, entender que as novas variantes são parte do processo natural não significa que esforços devem ser deixados de lado para controlá-las. Aqui, vale destacar que, quando a circulação de um vírus está alta (elevado número de novos infectados), o risco de novas mutações e variantes aumenta. Potencialmente, isso é perigoso, já que alguma cepa pode desencadear formas mais graves da doença ou provocar uma nova onda.
“Enquanto o vírus circular em altas proporções, existe a possibilidade de surgimento de novas variantes. Por isso, o ideal é que a gente reduza ao máximo essa circulação, para que as chances de surgimento de uma nova variante, que pode ter maior impacto na dispersão da covid-19, seja reduzida”, acrescenta a cientistas Resende.
Aumentar a cobertura das vacinas reduz risco de novas variantes
Além de buscar formas de impedir o contágio e a transmissão do vírus, aumentar a cobertura vacinal, incluindo as doses de reforço, é importante para reduzir o risco de novas variantes. “A vacinação é fundamental, pois contribui para o vírus circular menos e reduz a possibilidade de gravidade daqueles indivíduos infectados”, explica Resende.
Em pacientes com casos graves da covid-19, o vírus passa mais tempo dentro do organismo se replicando que em casos leves. Em tese, isso favorece que mutações oportunas surjam e que, eventualmente, desencadeiem novas cepas. Por exemplo, estudos já indicaram que pacientes imunossuprimidos podem acumular uma quantidade maior de mutações que as outras pessoas.
Reforço regular da vacina contra a covid-19
Diante dessas possibilidades, cientistas já defendem a vacinação regular contra a covid-19, igual ocorre com o imunizante da gripe. Neste semana, um estudo da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, apontou para a importância de campanhas de vacinações semestrais ou anuais contra o agente infeccioso.
No Brasil, o Ministério da Saúde, sob o comando da ministra Nísia Trindade, anunciou que a vacinação contra a covid-19 será anual pelo menos para os grupos de risco, como idosos e pacientes imunossuprimidos. Até o momento, detalhes sobre a estratégia de vacinação deste ano ainda não foram divulgados.
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Fonte: Canaltech