O desaparecimento de mulheres é um problema real no México, e o tema é abordado com bastante sensibilidade no filme Ruído, que chegou à Netflix. Da diretora Natalia Beristain, a trama conta uma história ficcional inspirada na realidade.
Ruído é um filme que intriga e revolta ao passar sensações de desamparo, mostrando que a questão é ainda mais perigosa do que se imagina e que algo precisa ser feito o quanto antes. O longa se sustenta não só pelo drama, como também através de questões políticas, como um protesto que ficará eternizado na plataforma de streaming.
Atenção: esta crítica contém spoilers do filme Ruído!
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História
O filme Ruído conta a história de Julia (Julieta Egurrola), uma mãe que sofre com o desaparecimento da filha, Gertrudis. A jovem de 25 anos fez uma viagem com as amigas e desapareceu sem deixar pistas. O ponto de partida do longa é nove meses depois do sumiço, sem qualquer informação sobre seu paradeiro existir.
O desespero expressado pela atriz que interpreta Julia é bastante tocante, se misturando com a força de vontade de se manter firme para continuar aguentando. O filme mostra que sem a batalha da mãe por informações sobre o que aconteceu, nenhuma atualização aconteceria pelas autoridades, que tratam os desaparecimentos com descaso.
Logo, a agonia experienciada por Julia é repassada para quem está assistindo, que torce por boas ou más notícias, qualquer detalhe que possa, ao menos, trazer conforto. A mãe é a familiar mais engajada no processo de busca, o que acaba a afastando do restante. Julia chega a frequentar um grupo de ajuda e faz a mesma tatuagem que a filha, como forma de sempre lembrar dela ao seu lado.
A procura de Julia pela única filha mulher fica mais intensa ao longo da trama, rendendo a Ruído cenas mais perturbadoras de assistir. Em um determinado momento, ela suborna um policial para vasculhar um caminhão cheio de corpos, em uma atitude desesperada de encontrar o corpo de Gertrudis. A partir de então, tudo fica mais intenso e pesado.
Problema real
Ao longo de Ruído, entendemos que o problema de desaparecimento de mulheres no México é real. Essa onda de violência é causada pelo tráfico humano e drogas, e a corrupção e negligência das autoridades parecem não colaborar para uma solução.
Julia se encontra em um grupo de protesto criado por jovens mulheres, entregando uma conexão que emociona, pois a mãe descobre que não está sozinha nessa. Por fim, o filme não é uma mera história de sequestro, mas uma denúncia grave ao que vem acontecendo no país.
Ruído consegue protestar, informar, emocionar e, principalmente, dizer a quem sofre com a perda de uma filha, irmã, amiga ou mãe que elas não precisam passar por isso sozinhas. O filme já está disponível na Netflix.
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Fonte: Canaltech