Sustentabilidade & Meio Ambiente

Nova espécie de planta não precisa de fotossíntese para sobreviver

Publicidade



Nova espécie de planta não precisa de fotossíntese para sobreviver - 1

A característica mais marcante das plantas deve ser sua capacidade de realizar a fotossíntese; afinal, é assim que elas produzem o próprio alimento e fornecem oxigênio para o mundo. Mas uma nova espécie, descoberta no leste da Ásia, foge desse padrão.

A estranha planta é a Monotropastrum kirishimense, uma parente próxima da já conhecida Monotropastrum humile, que também não faz fotossíntese. Sua folhagem não tem o verde típico da clorofila, pigmento típico das células vegetais. Seu alimento é obtido através de fungos no subsolo da floresta.

As
As “Monotropastrum kirishimense” não precisam de fotossíntese para sobreviver, elas roubam o alimento de fungos no subsolo da floresta (Suetsugu et al., J Plant Res, 2022)

A rede de raízes e fungos que interliga toda uma floresta é conhecida como wood wide web — em tradução livre, rede global florestal, uma analogia à world wide web: a internet. Esse sistema permite uma troca de nutrientes e até mesmo informação entre as plantas, como a chegada de um predador no ecossistema.


Podcast Canaltech: de segunda a sexta-feira, você escuta as principais manchetes e comentários sobre os acontecimentos tecnológicos no Brasil e no mundo. Links aqui: https://canaltech.com.br/360/

O sistema funciona pelo mutualismo: uma relação ecológica em que dois seres-vivos se beneficiam de um serviço prestado pelo outro. Os fungos auxiliam as plantas nessa comunicação, enquanto as plantas fornecem alimento aos fungos. Mas as plantas do gênero Monotropastrum burlam essa relação roubando esse alimento sem oferecer nada em troca.

As imagens a, b e c são da espécie
As imagens a, b e c são da espécie “M. kirishimense”. Nota-se a diferença na cor das pétalas (Imagem: Suetsugu et al., J Plant Res, 2022)

Isso coloca estas espécies no seleto grupo das micoheterotróficas: plantas que obtém seu alimento dos fungos. Embora outras espécies desse grupo já fossem conhecidas, a nova descoberta é uma variante japonesa, cuja principal diferença está na coloração rosa em suas pétalas.

Todas estas espécies são raras e extremamente vulneráveis à extinção: elas só conseguem sobreviver em florestas muito maduras. Com várias destas áreas em ameaça ao redor do mundo, especialistas em botânica temem pela continuidade desse curioso tipo de planta.

Trending no Canaltech:

Fonte: Canaltech