Após a infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2 e a cura da doença, alguns pacientes ainda podem ficar com sequelas duradouras da covid-19. Este quadro é conhecido como pós-covid ou covid longa e, no momento, a ciência ainda investiga como a síndrome afeta o corpo. Estudos indicam que quadro podem ser observado tanto em crianças quanto em adultos.
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Para aprofundar os conhecimentos sobre a covid longa, cientistas alemães acompanharam mais de 900 mil pessoas infectadas pelo vírus da covid ou não, entre os anos de 2019 e 2020. A conclusão é de que as sequelas da doença tendem a afetar cerca de 30% dos doentes, crianças ou adultos.
Publicado na revista científica PLOS Medicine, o estudo sobre a incidência da covid longa em crianças e adultos após casos agudos da infecção pelo coronavírus foi liderado por pesquisadores da Technische Universität Dresden (TU Dresden), na Alemanha.
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“Os resultados do estudo indicam que a síndrome da pós-covid não deve ser descartada entre crianças e adolescentes”, afirmam os autores. “Descobrimos que o diagnóstico da covid-19 está associado a uma maior demanda de longo prazo por serviços de saúde, refletida em diagnósticos ambulatoriais e hospitalares de um amplo conjunto de resultados mais de três meses após a infecção confirmada por SARS-CoV-2″, completam.
Entenda o estudo sobre as sequelas da covid-19 na população
No estudo sobre as sequelas da covid-19 na população, os pesquisadores da TU Dresden usaram dados de saúde da Alemanha. No total, foram considerados 11,9 mil crianças e 145,1 mil adultos diagnosticados com a covid-19, após um exame do tipo RT-PCR. Para comparar a incidência de 13 possíveis tipos de sequelas, os dados de saúde foram pareados (em idade, sexo e condições médicas pré-existentes) com os de outras 750 mil pessoas, que não tiveram a doença.
Qual o risco da pós-covid para crianças?
Em crianças e adolescentes com a covid-19, o risco de algum problema de saúde inesperado surgir a partir de três meses ou mais após a infecção pelo vírus da covid-19 foi de 30%. Isso quando é comparado o grupo controle.
Nos menores, os principais relatos da pós-covid mais fortemente associados foram:
- Mal-estar, fadiga e exaustão;
- Tosse;
- Dor na garganta e no peito.
Além disso, os pesquisadores identificaram que os seguintes relatos também cresceram, mesmo que em menor número:
- Dor de cabeça;
- Febre;
- Dor abdominal;
- Transtorno de ansiedade ou depressão.
Qual o risco da covid longa em adultos?
Para os adultos, a taxa de incidência da covid longa foi ligeiramente maior, calculada em 33%. Aqui, é importante observar que esta porcentagem tende a ser mais precisa, já que um número mais expressivo de casos da covid-19 em adultos foi considerado no estudo que de crianças.
Para os que têm mais de 18 anos, os sintomas mais associados à pós-covid foram:
- Distúrbios no olfato ou no paladar;
- Febre;
- Dispneia (dificuldade em respirar).
Em menor grau, os cientistas relacionaram os seguintes relatos como sequelas da covid-19:
- Tosse;
- Dor na garganta e no peito;
- Perda de cabelo;
- Fadiga e exaustão;
- Dor de cabeça.
Vacinas podem prevenir covid longa
Como os dados da Alemanha demonstram, a pós-covid deve ser encarada como um problema de saúde pública e afeta parcela significativa dos pacientes infectados pelo coronavírus. Por outro lado, estudos anteriores já observaram que o risco desta síndrome pode ser reduzido, através da vacinação.
Publicado na revista científica Open Forum Infectious Diseases, estudo liderado por cientistas britânicos descobriu que a vacina contra a covid-19 pode reduzir o risco de covid longa em 40%. A pesquisa considerou pessoas entre 19 e 69 anos, e parece ser um bom indicador para reforçar a importância da vacinação.
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Fonte: Canaltech