Nesta segunda-feira (26), a NASA fez história com a colisão da sonda Double Asteroid Redirection Test (DART) contra Dimorphos, um pequeno asteroide que orbita Didymos. Ocorrido a cerca de 11 milhões de quilômetros da Terra, o impacto foi registrado pela câmera da nave em seus momentos finais — e, claro, por telescópios instalados em todo o mundo e até por observatórios no espaço.
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A DART é uma missão projetada para testar o chamado “impacto cinético”, uma técnica que consiste em direcionar um objeto pesado a alta velocidade para se chocar contra algum asteroide e, assim, tentar desviá-lo. Após dez meses de viagem pelo espaço, a DART chegou a Dimorphos, um asteroide de cerca de 160 m de diâmetro, e colidiu contra ele para causar uma leve mudança em sua órbita ao redor de Didymos.
“Elas excederam minhas expectativas”, disse Nancy Chabot, líder de coordenação da missão. Ela se referiu às fotos do instrumento DRACO (sigla de “Didymos Reconnaissance and Asteroid Camera for Optical Navigation”), uma câmera que ajudou a nave a seguir até seu destino e ainda capturou uma série de imagens da rocha espacial, enviando um registro a cada segundo.
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A visão final do asteroide foi fotografada cerca de dois segundos antes do impacto e é extremamente valiosa; afinal, são poucos os asteroides observados tão de perto pelos cientistas. “Eu sei que outros cientistas como eu na equipe já estão apontando para as imagens e dizendo ‘Você viu aquela pedra? Você viu aquela área suave?”, acrescentou Chabot.
Nas próximas semanas e meses, a equipe da missão deverá receber fotos mais nítidas de Dimorphos capturadas pelo LICIACube, um pequeno satélite que viajou “de carona” com a DART até a rocha espacial. O LICIACube sobrevoou o local do impacto cerca de três minutos depois da colisão, fotografando a nuvem de detritos ejetada do asteroide e observando o lado dele que não sofreu o impacto.
Telescópios registraram o impacto da DART
A missão DART agitou a comunidade astronômica, que organizou dezenas de telescópios em solo para tentar observar algum aumento no brilho de Dimorphos, que indicaria o impacto da sonda. Entre eles, estão os telescópios do projeto Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System (ATLAS), no Havaí, que identificaram um aumento considerável de brilho nos asteroides e até a nuvem de detritos ejetada após o impacto.
ATLAS observations of the DART spacecraft impact at Didymos! pic.twitter.com/26IKwB9VSo
— ATLAS Project (@fallingstarIfA) September 27, 2022
Já os telescópios do observatório Las Cumbres, no Observatório Astronômico Sul Africano, acompanhou o impacto de outro ângulo. Estas imagens foram divulgadas por um membro do projeto, que as publicou na forma de uma animação com velocidade aumentada em 500 vezes.
Confira:
Animation (sped up 500x) from one of @LCO_Global‘s 1 meter telescope at @SAAO South Africa showing effects of #DARTMission impact into Dimorphos (Still no threat to the Earth… Long straight streak is camera artifact) pic.twitter.com/StYWtLArgG
— Tim Lister (@astrosnapper) September 27, 2022
Além dos telescópios em solo, alguns observatórios no espaço também tentaram acompanhar o “grand finale” da DART. Entre eles, estavam os telescópios James Webb e Hubble, que tentaram observar o aumento de brilho do asteroide após a colisão. Entretanto, como não foram projetados para esta finalidade e têm limitações técnicas próprias, estas observações não tinham garantia de sucesso.
O sucesso do impacto representa um grande avanço para proteger a Terra da ameaça de alguma rocha espacial no futuro, quando for identificada. Agora, os cientistas vão usar os dados dos diferentes telescópios para medir os efeitos do impacto na órbita de Dimorphos ao redor de Didymos. Assim, eles podem entender melhor a efetividade da técnica do impacto cinético.
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Fonte: Canaltech