O FAST (Five-hundred-meter Aperture Spherical Telescope), maior do radiotelescópio do mundo, encontrou uma das rajadas rápidas de rádio (FRBs, da sigla em inglês) mais misteriosas já detectadas. Foram 1.863 rajadas em 82 horas, durante uma observação de 54 dias, desafiando o que se sabia até agora sobre esse tipo de fenômeno.
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As FRBs são explosões cósmicas de milissegundos que produzem a energia equivalente à produção anual do Sol. Algumas delas são repetitivas, como é o caso da nova descoberta. Os astrônomos suspeitam há algum tempo que elas são produzidas por magnetares, um tipo de estrela de nêutrons com um campo magnético extremo. Mas parece que este não é o caso.
Este novo evento foi catalogado como FRB 20201124A e parece mais estranho que os demais. As observações foram feitas em 2021 e as rajadas ocorreram em uma galáxia gigante. “Essas observações nos trouxeram de volta à prancheta”, disse o astrofísico da UNLV Bing Zhang, participante do estudo. “Está claro que os FRBs são mais misteriosos do que imaginávamos”.
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Um dos detalhes mais surpreendentes foi a variação irregular e de curta duração nas medidas da força do campo magnético ao redor do evento. Elas aumentaram e diminuíram durante os primeiros 36 dias de observação e pararam repentinamente durante os últimos 18 dias. A densidade de partículas nas proximidades da fonte de FRB também impressionou a equipe internacional por trás da descoberta.
De acordo com Zhang, isso “não é esperado” em um único magnetar, então os cientistas descartam esse tipo de objeto como responsável pelas FRBs. “Algo mais pode estar nas proximidades” da fonte das rajadas, disse ele, “possivelmente um companheiro binário”. A galáxia hospedeira do evento também não era o que os astrônomos esperavam.
Considera-se que os magnetares estejam em regiões de formação estelar ativas de uma galáxia formadora de estrelas, então é nesse tipo de galáxia que os pesquisadores esperam encontrar FRBs. Mas a imagem óptica da galáxia hospedeira do FRB 20201124A mostra que ela é semelhante à Via Láctea e o evento aconteceu em uma região de pouca formação estelar.
Para Subo Dong, da Universidade de Pequim e um dos autores do novo artigo, “esta localização é inconsistente” com um magnetar, caso este fosse o formador das FRBs. Mais observações, em vários comprimentos de onda, são necessárias para descobrir como essas rajadas acontecem.
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Fonte: Canaltech